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VERSO 43

pītvā mukunda-mukha-sāragham akṣi-bhṛṅgais
tāpaṁ jahur viraha-jaṁ vraja-yoṣito ’hni
tat sat-kṛtiṁ samadhigamya viveśa goṣṭhaṁ
savrīḍa-hāsa-vinayaṁ yad apāṅga-mokṣam

pītvā — bebendo; mukunda-mukha — do rosto do Senhor Mukunda; sāragham — o mel; akṣi-bhṛṅgaiḥ — com seus olhos semelhantes a abelhas; tāpam — tristeza; jahuḥ — abandonavam; viraha-jam — basea­da na separação; vraja-yoṣitaḥ — as senhoras de Vṛndāvana; ahni — durante o dia; tat — este; sat-kṛtim — oferecimento de respeito; sama­dhigamya — aceitando plenamente; viveśa — Ele entrava; goṣṭham — a vila dos vaqueiros; sa-vrīḍa — com vergonha; hāsa — riso; vi­nayam — e humildade; yat — que; apāṅga — dos olhares de soslaio delas; mokṣam — a emissão.

Com seus olhos semelhantes a abelhas, as mulheres de Vṛndāvana bebiam o mel do belo rosto do Senhor Mukunda e, assim, abandonavam a tristeza que sentiam durante o dia por estarem com saudade dEle. As jovens de Vṛndāvana lançavam olhares de soslaio ao Senhor – olhares cheios de timidez, riso e submissão –, e Śrī Kṛṣṇa, aceitando completamente esses olhares como um adequado oferecimento de respeito, entrava na vila dos vaqueiros.

SIGNIFICADO—Em Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, Śrīla Prabhupāda descreve este incidente da seguinte forma: “Em Vṛndāvana, todas as gopīs permaneciam muito taciturnas por causa da ausência de Kṛṣṇa. Durante todo o dia, elas pensavam em Kṛṣṇa na floresta ou nEle tomando conta das vacas no pasto. Quando viam que Kṛṣṇa estava de volta, todas as suas ansiedades de imediato eram mitigadas, e elas ficavam olhando para o rosto dEle da mesma forma que os zangões pairam sobre a flor de lótus em busca de mel. Quando Kṛṣṇa entrava na vila, as gopīs jovens davam um largo sorriso. Enquanto tocava a flauta, Kṛṣṇa apreciava os belos rostos sorridentes das gopīs.”

O Senhor Supremo, Śrī Kṛṣṇa, é o mestre supremo da arte român­tica,  motivo pelo qual Ele, com muita perícia, intercambiava sentimentos amorosos com as jovens vaqueirinhas de Vṛndāvana. Ao ficar apai­xonada, uma jovem casta olha para seu amado com timidez, júbilo e submissão. Quando o amado, recebendo seu olhar, aceita sua oferen­da de amor e fica então satisfeito com ela, o coração amoroso da jovem se enche de felicidade. Eram exatamente assim os intercâm­bios românticos que ocorriam entre o belo jovem Kṛṣṇa e as amoro­sas vaqueirinhas de Vṛndāvana.

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