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VERSOS 2-3

śrī-śuka uvāca
upahāryaiḥ sarpa-janair
māsi māsīha yo baliḥ
vānaspatyo mahā-bāho
nāgānāṁ prāṅ-nirūpitaḥ

svaṁ svaṁ bhāgaṁ prayacchanti
nāgāḥ parvaṇi parvaṇi
gopīthāyātmanaḥ sarve
suparṇāya mahātmane

śrī-śukaḥ uvāca — Śukadeva Gosvāmī disse; upahāryaiḥ — que estavam qualificadas para fazer oferendas; sarpa-janaiḥ — pela raça das serpentes; māsi māsi — todo mês; iha — aqui (em Nāgālaya); yaḥ — que; baliḥ — oferenda como tributo; vānaspatyaḥ — ao pé de uma ár­vore; mahā-bāho — ó Parīkṣit de braços poderosos; nāgānām — para as serpentes; prāk — outrora; nirūpitaḥ — ordenado; svam svam — cada uma a sua; bhāgam — porção; prayacchanti — presenteiam; nāgāḥ — as serpentes; parvaṇi parvaṇi — uma vez por mês; gopīthāya — para a proteção; ātmanaḥ — delas mesmas; sarve — todas elas; suparṇāya — a Garuḍa; mahā-ātmane — o poderoso

Śukadeva Gosvāmī disse: Para evitar que Garuḍa as comesse, as serpentes haviam outrora feito um acordo com ele segundo o qual cada uma delas faria uma oferenda mensal como tributo a ser posta embaixo de uma árvore. Desse modo, todo mês, confor­me a escala, ó rei Parīksit de braços poderosos, cada serpente trazia sua oferenda no devido tempo ao poderoso transportador de Viṣṇu em troca de proteção.

SIGNIFICADOŚrīla Śrīdhara Svāmī apresenta uma explicação alternativa para este verso. Upahāryaiḥ também se pode traduzir como “por aqueles que estão para ser comidos”, e sarpa-janaiḥ como “aqueles seres huma­nos que foram dominados pela raça das serpentes ou que pertenciam a ela”. Segundo essa interpretação, um grupo de seres humanos caíra sob o controle das serpentes e estava sujeito a ser comido por elas. Para evitar isso, os seres humanos faziam uma oferenda mensal para as serpentes, que, por sua vez, ofereciam parte daquela oferenda a Garuḍa para que este não as comesse. A tradução em particular dada acima baseia-se no comentário de Śrīla Sanātana Gosvāmī e na tra­dução de Śrīla Prabhupāda em seu Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus. Seja como for, todos os ācāryas concordam que as serpen­tes pagavam um tributo para se protegerem de Garuḍa.

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