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VERSO 10

vṛndāvanaṁ sakhi bhuvo vitanoti kīṛtiṁ
yad devakī-suta-padāmbuja-labdha-lakṣmi
govinda-veṇum anu matta-mayūra-nṛtyaṁ
prekṣyādri-sānv-avaratānya-samasta-sattvam

vṛndāvanam — Vṛndāvana; sakhi — ó amiga; bhuvaḥ — da Terra; vitanoti — difunde; kīrtim — as glórias; yat — porque; devakī-suta — do filho de Devakī; pada-ambuja — dos pés de lótus; labdha — recebido; lakṣmi — o tesouro; govinda-veṇum — a flauta de Govinda; anu — ao ouvirem; matta — enlouquecidos; mayūra — dos pavões; nṛtyam — em que existe a dança; prekṣya — vendo; adri-sānu — sobre os picos das colinas; avarata — atônitas; anya — outras; samasta — todas; sattvam — as criaturas.

Ó amiga, Vṛndāvana, após ter obtido o tesouro dos pés de lótus de Kṛṣṇa, o filho de Devakī, está difundindo a glória da Terra. Ao ouvirem a flauta de Govinda, os pavões dançam como loucos, e quando outras criaturas os veem dos topos das colinas, todas elas ficam atônitas.

SIGNIFICADOŚrīla Śrīdhara Svāmī explica que, em virtude de atividades tais como as descritas neste verso não ocorrerem em nenhum outro mun­do, a Terra é inigualável. De fato, as glórias da Terra são difundidas pela maravilhosa Vṛndāvana porque ela é o lugar dos passatempos de Kṛṣṇa.

Como se afirma no Bṛhad-viṣṇu Purāṇa, o nome Devakī também se refere a mãe Yaśodā:

dve nāmnī nanda-bhāryāyā
yaśodā devakīti ca
ataḥ sakhyam abhūt tasya
devakyā śauri-jāyayā

“A esposa de Nanda tinha dois nomes, Yaśodā e Devakī. Portanto, era natural que ela [a esposa de Nanda] fizesse amizade com Devakī, a esposa de Śauri [Vasudeva].”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura explica a kṛṣṇa-līlā da seguin­te maneira: “Em Vṛndāvana, os pavões pedem a Kṛṣṇa: ‘Govinda, por favor, faze-nos dançar.’ Então, Kṛṣṇa toca Sua flauta, e eles O rodeiam e dançam dentro do compasso de Sua melo­dia. E enquanto está de pé no meio da dança deles, o Senhor também canta e dança. Então, aqueles pavões, que estão plenamente satisfei­tos com o desempenho musical do Senhor, oferecem por gratidão e para o Seu prazer suas divinas penas. Da maneira habitual dos músi­cos, Kṛṣṇa aceita com alegria esses presentes e coloca uma pena em Seu turbante. Animais gentis como os veados e as pombas apreciam muito o entretenimento transcendental apresentado por Kṛṣṇa e, para ter uma boa visão, reúnem-se nos picos das colinas. Então, enquanto assistem ao programa de tirar o fôlego, ficam atônitos de êxtase.”

Śrīla Sanātana Gosvāmī comenta que, como Kṛṣṇa anda descalço em Vṛndāvana e assim pode marcar a terra diretamente com os sím­bolos de Seus pés de lótus, essa terra transcendental é ainda mais gloriosa do que Vaikuṇṭha, onde Viṣṇu usa chinelos.

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