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VERSO 26

na mayy āveśita-dhiyāṁ
kāmaḥ kāmāya kalpate
bharjitā kvathitā dhānāḥ
prāyo bījāya neśate

na — não; mayi — em Mim; āveśita — plenamente absorta; dhiyām — da­queles cuja consciência; kāmaḥ — desejo; kāmāya — à luxúria material; kalpate — leva; bharjitāḥ — queimados; kvathitāḥ — cozidos; dhānāḥ — grãos; prāyaḥ — na maior parte; bījāya — novo crescimento; na iṣya­te — não são capazes de causar.

O desejo daqueles que fixam a mente em Mim não leva ao de­sejo material de gozo dos sentidos, assim como grãos de cevada queimados pelo sol e depois cozidos não podem mais gerar novos brotos.

SIGNIFICADOAs palavras mayy āveśita-dhiyām são muito significativas aqui. A menos que alguém tenha atingido um avançado grau de devoção, não poderá fixar a mente e inteligência em Kṛṣṇa, pois Kṛṣṇa é a existência espiritual pura. Autorrealização é um estado não de ausência de dese­jos, mas sim de desejo purificado, no qual se deseja apenas o prazer do Senhor Kṛṣṇa. As gopīs decerto sentiam atração por Kṛṣṇa com uma disposição de amor conjugal; ainda assim, por terem fixado a mente e, de fato, toda a sua existência em Kṛṣṇa, seu desejo conjugal jamais poderia manifestar-se como luxúria material; ao contrário, tornou-se a mais elevada forma de amor por Deus já vista dentro do universo.

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