VERSO 7
nadyāḥ kadācid āgatya
tīre nikṣipya pūrva-vat
vāsāṁsi kṛṣṇaṁ gāyantyo
vijahruḥ salile mudā
nadyāḥ — do rio; kadācit — certa vez; āgatya — chegando; tīre — à margem; nikṣipya — atirando no chão; pūrva-vat — como antes; vāsāṁsi — suas roupas; kṛṣṇam — sobre Kṛṣṇa; gāyantyaḥ — cantando; vijahruḥ — brincavam; salile — na água; mudā — com prazer.
Certo dia, elas foram à margem do rio e, como costumavam fazer, colocaram suas roupas de lado e passaram a brincar alegremente na água enquanto cantavam as glórias de Kṛṣṇa.
SIGNIFICADO—Segundo Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura, este incidente aconteceu no dia em que as jovens gopīs completavam seu voto, que era um dia de lua cheia. Para celebrar o bem-sucedido cumprimento de seu voto, as meninas convidaram a jovem Rādhārāṇī – a filha de Vṛṣabhānu e especial objeto de sua afeição –, bem como outras gopīs importantes, e levaram-nas todas ao rio para se banharem. Sua brincadeira na água prestava-se a servir como o avabhṛtha-snāna, o banho cerimonial tomado logo após o término de um sacrifício védico.
Śrīla Prabhupāda comenta o seguinte: “É um antigo costume das mulheres e moças indianas que, quando tomam banho no rio, elas deixam as roupas na margem e mergulham na água completamente nuas. O trecho do rio onde as moças e mulheres tomavam banho era estritamente proibido aos homens, e esse ainda é o sistema. A Suprema Personalidade de Deus, conhecendo o pensamento das jovens gopīs solteiras, abençoou-as com o objetivo que elas desejavam. Elas oraram para que Kṛṣṇa Se tornasse seu marido, e Kṛṣṇa queria satisfazer o desejo delas.”