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VERSO 15

kim indreṇeha bhūtānāṁ
sva-sva-karmānuvartinām
anīśenānyathā kartuṁ
svabhāva-vihitaṁ nṛṇām

kim — o que; indreṇa — com Indra; iha — aqui; bhūtānām — para as entidades vivas; sva-sva — cada uma sua própria; karma — da ação fruiti­va; anuvartinām — que estão experimentando as consequências; anī­śena — (Indra) que é incapaz; anyathā — de outro modo; kartum — de fazer; svabhāva — por suas naturezas condicionadas; vihitam — aquilo que é ordenado; nṛṇām — para os homens.

Os seres vivos neste mundo são forçados a experimentar as consequências de sua própria atividade anterior. Como o senhor Indra não pode mudar de maneira alguma o destino dos seres hu­manos, o qual nasce da própria natureza deles, por que se deveria adorá-lo?

SIGNIFICADOO argumento do Senhor Kṛṣṇa aqui não é uma negação do livre-arbítrio. Se aceitarmos a existência do karma como um sistema de leis que outorga reações para nossas atividades presentes, então nós mesmos, segundo nossa natureza, decidiremos o nosso futuro. Nossa felicidade e sofrimento nesta vida já foram determinados e fixados conforme nossas atividades anteriores, e nem mesmo os semideuses podem modificar isso. Eles têm de conceder-nos a prosperidade ou pobreza, doença ou saúde, felicidade ou sofrimento que nos cabem como resultado de nossos atos passados. Contudo, ainda conserva­mos a liberdade de escolher um modo piedoso ou ímpio de agir nesta vida, e a escolha que fizermos determinará nosso futuro sofrimento ou prazer.

Por exemplo, se fui piedoso em minha última vida, os semideuses podem conceder-me grande riqueza material nesta vida presente. Entretanto, sou livre para gastar minha riqueza em propósitos bons ou negativos, e minha escolha determinará minha vida futura. Logo, embora ninguém possa mudar os resultados kármicos que tem para receber nesta vida, todos ainda conservam o livre-arbítrio, pelo qual determinam qual será sua situação futura. O argumento do Senhor Kṛṣṇa neste verso é bastante interessante; todavia, ele despreza a consideração mais importante: a de que somos todos servos eternos de Deus e devemos satisfazê-lO mediante todos os nossos atos.

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