VERSO 22
sattvaṁ rajas tama iti
sthity-utpatty-anta-hetavaḥ
rajasotpadyate viśvam
anyonyaṁ vividhaṁ jagat
sattvam — bondade; rajan — paixão; tamaḥ — e ignorância; iti — assim; sthiti — da manutenção; utpatti — criação; anta — e destruição; hetavaḥ — as causas; rajasā — pelo modo da paixão; utpadyate — é gerado; viśvam — este universo; anyonyam — pela combinação de macho e fêmea; vividham — torna-se variado; jagat — o mundo.
As causas da criação, manutenção e destruição são os três modos da natureza – a saber, bondade, paixão e ignorância. Em particular, o modo da paixão cria este universo e, através da combinação sexual, faz com que ele se encha de variedade.
SIGNIFICADO—Antecipando a possível objeção de que manter a vida baseando-se nas vacas sem dúvida depende do senhor Indra, que fornece chuva, o Senhor Kṛṣṇa aqui introduz a teoria mecanicista da existência conhecida como sāṅkhya ateísta. A tendência a atribuir exclusiva causalidade às funções aparentemente mecanicistas da natureza é de fato uma tendência antiga. Há cinco mil anos, o Senhor Kṛṣṇa já fazia referência a uma doutrina bem conhecida na sociedade humana.