VERSO 37
eṣo ’vajānato martyān
kāma-rūpī vanaukasaḥ
hanti hy asmai namasyāmaḥ
śarmaṇe ātmano gavām
eṣaḥ — esta; avajānataḥ — aqueles que desprezam; martyān — mortais; kāma-rūpī — assumindo qualquer forma livremente (tal como a das cobras que vivem sobre a colina); vana-okasaḥ — residentes da floresta; hanti — matará; hi — decerto; asmai — a ela; namasyāmaḥ — prestemos reverências; śarmaṇe — para a proteção; ātmanaḥ — nossa; gavām — e das vacas.
“Esta colina Govardhana, assumindo qualquer forma que desejar, matará quaisquer residentes da floresta que a despreze. Portanto, prestemos-lhe reverências para garantir nossa segurança e a de nossas vacas.”
SIGNIFICADO—Kāma-rūpī indica que a forma de Govardhana pode manifestar-se como cobras venenosas, animais selvagens, avalanche de pedras e assim por diante, todos os quais são capazes de matar um ser humano.
Segundo Śrīla Śrīdhara Svāmī, o Senhor apresentou seis pontos teóricos neste capítulo: 1) que só o karma é suficiente para determinar nosso destino, 2) que nossa natureza condicionada é o controlador supremo, 3) que os modos da natureza são o controlador supremo, 4) que o Senhor Supremo é apenas um aspecto dependente do karma, 5) que Ele está sob o controle do karma, e 6) que nossa ocupação é a verdadeira deidade adorável.
O Senhor apresentou esses argumentos não por acreditar neles, mas sim porque queria impedir o iminente sacrifício a Indra e desviá-lo para Si sob a forma da colina Govardhana. Dessa maneira, o Senhor desejava agitar aquele semideus falsamente orgulhoso.