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VERSO 29

kṛtvā mukhāny ava śucaḥ śvasanena śuṣyad
bimbādharāṇi caraṇena bhuvaḥ likhantyaḥ
asrair upātta-masibhiḥ kuca-kuṅkumāni
tasthur mṛjantya uru-duḥkha-bharāḥ sma tūṣṇīm

kṛtvā — colocando; mukhāni — seus rostos; ava — para baixo; śucaḥ — por causa do pesar; śvasanena — suspirando; śuṣyat — secando; bimba — (parecendo) frutas bimba vermelhas; adharāṇi — seus lábios; caraṇe­na — com os dedos dos pés; bhuvaḥ — o chão; likhantyaḥ — riscan­do; asraiḥ — com suas lágrimas; upātta — que tirava; masibhiḥ — o kajjala de seus olhos; kuca — nos seios; kuṅkumāni — o pó de vermelhão; tasthuḥ — ficaram imóveis; mṛjantyaḥ — lavando; uru — excessi­va; duḥkha — da infelicidade; bharāḥ — sentindo o fardo; sma — de fato; tūṣṇīm — em silêncio.

Cabisbaixas, com sua pesada e triste respiração a secar-lhes os lábios avermelhados, as gopīs riscavam o chão com os dedos de seus pés. Lágrimas escorriam-lhes dos olhos, levando embora seu kajjala e lavando o vermelhão em seus seios. Assim, postadas, elas carregavam em silêncio o fardo de sua infelicidade.

SIGNIFICADO—As gopīs sentiam: “Se Kṛṣṇa não Se deixou conquistar por nosso amor, é porque este não deve ser genuíno. E se não somos capazes de amar a Kṛṣṇa da maneira apropriada, de que servem nossas vidas?” Seus lábios avermelhados secaram-se em virtude da respiração quente provocada por sua infelicidade. Quando o sol seca as vermelhas frutas bimba maduras, aparecem nelas manchas escuras e elas amolecem. Os belos lábios das gopīs, analogamente, mudaram de aspecto. Elas ficaram em silêncio diante de Kṛṣṇa, incapazes de falar.

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