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VERSO 39

hā nātha ramaṇa preṣṭha
kvāsi kvāsi mahā-bhuja
dāsyās te kṛpaṇāyā me
sakhe darśaya sannidhim

— ó; nātha — senhor; ramaṇa — amante; preṣṭha — mais querido; kva asi kva asi — onde estás, onde estás; mahā-bhuja — ó pessoa de braços poderosos; dāsyāḥ — à serva; te — Tua; kṛpaṇāyāḥ — desditosa; me — a Mim; sakhe — ó amigo; darśaya — por favor, mostra; sanni­dhim — Tua presença.

Ela gritava: Ó senhor! Meu amante! Ó queridíssimo, onde estás? Onde estás? Por favor, ó pessoa de braços poderosos, ó amigo, revela-Te para Mim, Tua pobre serva!

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura descreve o seguinte como­vente diálogo:

“Rādhā diz: ‘Meu Senhor, estou ardendo no grande incêndio da separação de Ti, e Meu alento vital está prestes a deixar o corpo. Nem mesmo com o maior esforço posso manter a Minha vida. Tu, porém, és o Senhor de Minha vida e, portanto, podes salvar-Me sem demora, apenas olhando para Mim. Por favor, faze isto agora mesmo. Suplico-Te que salves Minha vida, não por Minha causa, mas sim por Tua própria. Depois de abandonar todas as outras gopīs, trouxeste-­Me até um lugar tão distante e isolado na floresta apenas para gozar de um prazer especial coMigo. Se Eu morrer, não encontrarás felicidade conjugal em nenhum outro lugar. Tu Te lembrarás de Mim e, por isso, lamentarás em Teu pesar’.

“Kṛṣṇa responde: ‘Então, que Eu fique infeliz. Que Te interessa isso?’

“‘Mas Tu Me és muito querido. Sentirei Tua infelicidade milhões de vezes mais do que Tu mesmo a sentirás. Mesmo que Eu já tenha morrido, ainda assim não serei capaz de suportar a dor que sentires mesmo em um ponto das unhas de Teus pés de lótus. Na verdade, para impedir semelhante dor, estou pronta para abandonar Minha vida milhões e milhões de vezes. Então, tem a bondade de Te revelar e afasta esta tristeza.’

“‘Mas se o Teu alento vital está prestes a deixar o corpo, o que posso fazer para detê-lo?’

‘“Com o simples toque de Teus braços, que são uma erva medi­cinal com o poder de fazer reviver os mortos, Meu corpo retornará a seu estado saudável e normal, e Meu alento vital voltará automatica­mente e permanecerá em Meu corpo.’

“‘Mas conheces o caminho da floresta sem Minha ajuda, então por que diriges ordens a Mim, que sou o filho do rei e um rapaz muito gentil e respeitável? Por que ordenaste: ‘Carrega-Me para onde quiseres’? Por que Me irritas dessa maneira?’

“Rādhā chora: ‘Por favor, revela-Te para Tua desditosa serva. Tem misericórdia de Mim! Tem misericórdia! Quando Te dei aquela ordem, estava dominada pelo sono. Estava muito cansada por ter-Me divertido muito conTigo. Portanto, por favor, perdoa o que disse Tua pobre serva. Por favor, não fiques zangado. Foi só porque Me trataste como uma amiga tão íntima, embora Eu seja indigna, que falei conTigo daquela maneira.’

“‘Muito bem, Meu amor, estou muito satisfeito conTigo. Aproxi­ma-Te, pois, de Mim!’

“‘Mas fiquei cega devido à lamentação. Não consigo ver onde estás. Por favor, dize-Me onde estás.’”

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