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VERSO 16

evaṁ pariṣvaṅga-karābhimarśa-
snigdhekṣaṇoddāma-vilāsa-hāsaiḥ
reme rameśo vraja-sundarībhir
yathārbhakaḥ sva-pratibimba-vibhramaḥ

evam — assim; pariṣvaṅga — com o abraçar; kara — de Sua mão; abhimarśa — com o toque; snigdha — afetuosos; īkṣaṇa — com olhares; uddāma — largos; vilāsa — divertidos; hāsaiḥ — com sorrisos; reme — deleitava-Se; ramā — da deusa da fortuna; īśaḥ — o amo; vraja-sundarībhiḥ — com as jovens da comunidade dos vaqueiros; yathā — assim como; arbhakaḥ — um menino; sva — o próprio; pratibimba — com o reflexo; vibhramaḥ — cuja brincadeira.

Desse modo, o Senhor Kṛṣṇa, o original Senhor Nārāyaṇa, amo da deusa da fortuna, deleitava-Se na companhia das jovens de Vraja abraçando-as, acariciando-as e contemplando-as amorosamente enquanto dava largos e divertidos sorrisos. Era como se uma criança brincasse com o próprio reflexo.

SIGNIFICADO—Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhākura tece o seguinte comen­tário sobre este verso: “Apenas o Senhor Kṛṣṇa é a Suprema Verdade Absoluta, e Suas potências são ilimitadas. Todas estas potências, assumindo formas pessoais, ocupam o Senhor Kṛṣṇa em Seus passa­tempos. Assim como a opulenta manifestação de Sua única potência transcendental suprema manifesta todas as incontáveis potências do Senhor, da mesma forma, na dança da rāsa, Kṛṣṇa manifesta-Se tantas vezes quantas são as várias potências representadas pelas gopīs. Tudo é Kṛṣṇa, mas, pelo desejo dEle, Sua energia espiritual Yogamāyā manifesta as gopīs. Quando Sua potência interna Yogamāyā cria assim estes passatempos para intensificar-Lhe as emoções transcendentais, isso é tal qual um rapazinho brincando com o próprio reflexo. Porém, visto que são criados por Sua potência espiritual, esses passatempos são eternos e automanifestos.”

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