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VERSO 37

nāsūyan khalu kṛṣṇāya
mohitās tasya māyayā
manyamānāḥ sva-pārśva-sthān
svān svān dārān vrajaukasaḥ

na asūyan — não tinham ciúmes; khalu — mesmo; kṛṣṇāya — de Kṛṣṇa; mohitāḥ — confundidos; tasya — dEle; māyayā — pela potência espiri­tual da ilusão; manyamānāḥ — pensando; sva-pārśva — ao lado deles próprios; sthān — estando; svān svān — cada um com a sua; dārān — esposa; vraja-okasaḥ — os vaqueiros de Vraja.

Os vaqueiros, iludidos pela potência ilusória de Kṛṣṇa, pensavam que suas esposas tinham ficado em casa ao lado deles. Por­tanto, não alimentavam nenhum sentimento de ciúme dEle.

SIGNIFICADO—Porque as gopīs amavam Kṛṣṇa exclusivamente, Yogamāyā prote­gia a relação delas com o Senhor em todas as ocasiões, ainda que elas fossem casadas. Śrīla Viśvanātha Cakravartī cita a seguinte pas­sagem do Ujjvala-nīlamaṇi:

māyā-kalpita-tādṛk-strī
śīlanenānusūyubhiḥ
na jātu vrajadevīnāṁ
patibhiḥ saha saṅgamaḥ

“Os ciumentos esposos das gopīs uniam-se não com suas esposas, mas com duplicatas delas criadas por Māyā. Portanto, esses homens jamais tinham qualquer contato íntimo com as divinas donzelas de Vraja.” As gopīs são a energia interna do Senhor e jamais podem pertencer a algum outro ser vivo. Kṛṣṇa providenciou seu aparen­te casamento com outros homens apenas para criar o estímulo da parakīya-rasa, o amor entre uma mulher casada e seu amante. Estas atividades são absolutamente puras porque fazem parte dos passatempos do Senhor, e pessoas santas desde tempos imemoriais têm apreciado esses eventos espirituais supremos.

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