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VERSO 39

vikrīḍitaṁ vraja-vadhūbhir idaṁ ca viṣṇoḥ
śraddhānvito ’nuśṛṇuyād atha varṇayed yaḥ
bhaktiṁ parāṁ bhagavati pratilabhya kāmaṁ
hṛd-rogam āśv apahinoty acireṇa dhīraḥ

vikrīḍitam — a brincadeira; vraja-vadhūbhiḥ — com as jovens de Vṛndāvana; idam — esta; ca — e; viṣṇoḥ — pelo Senhor Viṣṇu; śraddhā­-anvitaḥ — fielmente; anuśṛṇuyāt — ouve; atha — ou; varṇayet — descreve; yaḥ — quem; bhaktim — serviço devocional; parām — transcendental; bhagavati — à Suprema Personalidade de Deus; pratilabhya — obten­do; kāmam — a luxúria material; hṛt — no coração; rogam — a doença; āśu — rapidamente; apahinoti — afasta; acireṇa — sem demora; dhīraḥ — sóbrio.

Qualquer um que descrever ou ouvir fielmente as divertidas aventuras do Senhor com as jovens gopīs de Vṛndāvana alcança­rá o serviço devocional puro ao Senhor. Desse modo, ele logo se tornará sóbrio e vencerá a luxúria, que é a doença do coração.

SIGNIFICADO—Aqui se revela claramente o poder extraordinário dos passatem­pos conjugais do Senhor Kṛṣṇa. Quanto à qualidade, os passatempos amorosos espirituais do Senhor são diametralmente opostos aos casos luxuriosos mundanos, tanto que, pelo simples fato de ouvir sobre os passatempos do Senhor, o devoto subjuga o desejo sexual. Por ler textos pornográficos ou ouvir sobre romances mundanos, nós com certeza não subjugamos o desejo sexual, senão que aumentamos nossa luxúria. Por outro lado, ler ou ouvir sobre as aventuras conjugais do Senhor tem o efeito exatamente oposto, porque são de natureza oposta, ou seja, puramente espirituais. Logo, é pela misericórdia imotivada do Senhor Kṛṣṇa que Ele exibe Sua rāsa-līlā dentro deste mundo. Se nos apegar­mos a esta narração, experimentaremos a bem-aventurança do amor espiritual e, dessa maneira, rejeitaremos o reflexo pervertido deste amor, que se chama luxúria. Como o Senhor Kṛṣṇa primorosamente expressou na Bhagavad-gītā (2.59), paraṁ dṛṣṭvā nivartate: “Uma vez que alguém experimente um contato direto com o Supremo, ele não re­tornará aos prazeres materiais.”

Neste ponto, encerram-se os significados apresentados pelos humil­des servos de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda referentes ao décimo canto, trigésimo terceiro capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado A Dança da Rāsa”.

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