VERSO 29
tasyāṁ rātryāṁ vyatītāyāṁ
kaṁsa āhūya mantriṇaḥ
tebhya ācaṣṭa tat sarvaṁ
yad uktaṁ yoga-nidrayā
tasyām — aquela; rātryām — noite; vyatītāyām — tendo-se passado; kaṁsaḥ — o rei Kaṁsa; āhūya — convocando; mantriṇaḥ — todos os ministros; tebhyaḥ — a eles; ācaṣṭa — informou; tat — isto; sarvam — tudo; yat uktam — que fora falado (que o matador de Kaṁsa já estava em algum outro lugar); yoga-nidrayā — por Yogamāyā, a deusa Durgā.
Passada a noite, Kaṁsa convocou seus ministros e informou-lhes tudo o que fora dito por Yogamāyā [a qual revelara que aquele que deveria matar Kaṁsa já nascera em algum outro lugar].
SIGNIFICADO—A escritura védica Caṇḍī descreve māyā, a energia do Senhor Supremo, como nidrā: durgā devī sarva-bhūteṣu nidrā-rūpeṇa samāsthitaḥ. Neste mundo material, a energia de Yogamāyā e Mahāmāyā mantém as entidades vivas dormindo na grande escuridão da ignorância. Yogamāyā, a deusa Durgā, manteve Kaṁsa na escuridão quanto ao nascimento de Kṛṣṇa e levou-o a acreditar que seu inimigo Kṛṣṇa nascera em outro lugar. Ao nascer, Kṛṣṇa era filho de Devakī, mas, de acordo com o plano original do Senhor, tal como profetizado para Brahmā, Ele foi a Vṛndāvana, onde, por onze anos, daria prazer a mãe Yaśodā e Nanda Mahārāja e a outros amigos e devotos íntimos. Ele retornaria depois para matar Kaṁsa. Como não sabia disso, Kaṁsa acreditava na afirmação de Yogamāyā de que Kṛṣṇa nascera em outro lugar, e não de Devakī.