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VERSO 19

vayam ṛtam iva jihma-vyāhṛtaṁ śraddadhānāḥ
kulika-rutam ivājñāḥ kṛṣṇa-vadhvo hariṇyaḥ
dadṛśur asakṛd etat tan-nakha-sparśa-tīvra
smara-ruja upamantrin bhaṇyatām anya-vārtā

vayam — nós; tam — verdadeira; iva — como se; jihma — enganado­ra; vyāhtam — Sua fala; śraddadhānā — confiando; kulika — de um caçador; rutam — o canto; iva — como se; ajñā — tolas; kṛṣṇa — do veado negro; vadhva — esposas; hariya — as corças; dadśu — experimentaram; asakt — repetidamente; etat — este; tat — dEle; nakha — das unhas; sparśa — pelo toque; tīvra — aguda; smara — da luxúria; ruja — a dor; upamantrin — ó mensageiro; bhayatām — por favor, fala; anya — outro; vārtā — assunto.

Tomando fielmente Suas enganadoras palavras como verdadeiras, tornamo-nos como as tolas esposas do veado negro, que con­fiam no canto do cruel caçador. Desse modo, sentimos repetidas vezes a dor aguda da luxúria causada pelo toque de Suas unhas. Ó mensageiro, por favor, fala sobre algo diferente de Kṛṣṇa.

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī categoriza esta afirmação de Śrīmatī Rādhārāṇī como ājalpa, conforme a define Śrīla Rūpa Gosvāmī:

jaihmyaṁ tasyārti-datvaṁ ca
nirvedād yatra kīrtitam
bhaṅgyānya-sukha-datvaṁ ca
sa ājalpa udīritaḥ

“Uma declaração falada com repugnância, que descreve como o amante é enganador e traz infelicidade, e que, além disso, sugere que Ele dá felicidade a outras, é conhecida como ājalpa.” (Ujjvala-­nīlamai 14.196)

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