VERSO 33
etad-antaḥ samāmnāyo
yogaḥ sāṅkhyaṁ manīṣiṇām
tyāgas tapo damaḥ satyaṁ
samudrāntā ivāpagāḥ
etat — tendo isto; antaḥ — como sua conclusão; samāmnāyaḥ — toda a literatura védica; yogaḥ — o sistema padrão de yoga; sāṅkhyam — o processo sāṅkhya de meditação, pelo qual se aprende a discriminar ente espírito e matéria; manīṣiṇām — dos inteligentes; tyāgaḥ — renúncia; tapaḥ — austeridade; damaḥ — controle dos sentidos; satyam — e honestidade; samudra-antāḥ — que levam ao oceano; iva — como; āpagāḥ — rios.
Segundo inteligentes autoridades, esta é a conclusão última de todos os Vedas, bem como de toda a prática de yoga, sāṅkhya, renúncia, austeridade, controle dos sentidos e veracidade, da mesma forma que o mar é o destino final de todos os rios.
SIGNIFICADO—Aqui, o Senhor afirma que toda a literatura védica visa, em última análise, levar a alma ao ponto de controlar a mente e os sentidos e fixá-los na autorrealização transcendental. Por conseguinte, processos de pretenso yoga, misticismo ou religião que envolvem irrestrito gozo dos sentidos não são verdadeiros processos espirituais, senão que são maneiras convenientes para que pessoas tolas justifiquem seu comportamento animalesco.
Neste verso, o Senhor Kṛṣṇa garante às gopīs que, por fixarem a mente em autorrealização, elas compreenderão sua unidade espiritual com o Senhor. Desse modo, elas não sofrerão mais as dores lancinantes da saudade.