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VERSO 28

īśvarasya vidhiṁ ko nu
vidhunoty anyathā pumān
bhūmer bhārāvatārāya
yo ’vatīrṇo yadoḥ kule

īśvarasya — do Senhor Supremo; vidhim — a lei; ka — o que; nu — de modo algum; vidhunoti — pode abalar; anyathā — do contrário; pumān — pessoa; bhūme — da Terra; bhāra — o fardo; avatārāya — para diminuir; ya — que; avatīra — fez Seu advento; yado — de Yadu; kule — na família.

Quem pode desafiar os preceitos do Senhor Supremo, que ago­ra fez Seu advento na dinastia Yadu para diminuir o fardo da Terra?

SIGNIFICADO—Naturalmente, gostaríamos de perguntar a Dhṛtarāṣṭra: “Se sabes tudo isso, por que não te comportas de modo correto?” É claro que este é exatamente o argumento de Dhṛtarāṣṭra: ele acha que, como os eventos já foram postos em movimento, ele é impotente para mo­dificá-los. De fato, os acontecimentos foram postos em movimento por seu apego e propensões pecaminosas, e, portanto, ele deveria ter assumido a responsabilidade por seus atos. O Senhor Kṛṣṇa deixa bem claro na Bhagavad-gītā (5.15) que nādatte kasyacit pāpam: “O Senhor Supremo não aceita responsabilidade pelas atividades peca­minosas de ninguém.” É uma conduta perigosa alegar que estamos agindo de maneira errada por causa do “destino” ou da “fatalida­de”. Devemos adotar seriamente a consciência de Kṛṣṇa e criar um futuro auspicioso para nós mesmos e nossos companheiros.

Por fim, pode-se argumentar que, afinal de contas, Dhṛtarāṣṭra está envolvido nos passatempos do Senhor e, de fato, é Seu companheiro eterno. Em resposta a isso, podemos dizer que os passatempos do Senhor não só são agradáveis, mas também didáticos, e a lição aqui é que Dhṛtarāṣṭra devia ter agido de modo correto. Isso é o que o Senhor queria ensinar. Dhṛtarāṣṭra alega que Kṛṣṇa veio para ali­viar o fardo da Terra, mas o fardo da Terra é precisamente o mau comportamento de seus habitantes. Aceitemos, portanto, a lição que o Senhor quer ensinar aqui e sejamos instruídos para o nosso benefício.

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