VERSOS 25-28
sañchidyamāna-dvipadebha-vājinām
aṅga-prasūtāḥ śataśo ’sṛg-āpagāḥ
bhujāhayaḥ pūruṣa-śīrṣa-kacchapā
hata-dvipa-dvīpa-haya grahākulāḥ
karoru-mīnā nara-keśa-śaivalā
dhanus-taraṅgāyudha-gulma-saṅkulāḥ
acchūrikāvarta-bhayānakā mahā-
maṇi-pravekābharaṇāśma-śarkarāḥ
pravartitā bhīru-bhayāvahā mṛdhe
manasvināṁ harṣa-karīḥ parasparam
vinighnatārīn muṣalena durmadān
saṅkarṣaṇenāparīmeya-tejasā
balaṁ tad aṅgārṇava-durga-bhairavaṁ
duranta-pāraṁ magadhendra-pālitam
kṣayaṁ praṇītaṁ vasudeva-putrayor
vikrīḍitaṁ taj jagad-īśayoḥ param
sañchidyamāna — sendo estraçalhados; dvi-pada — dos bípedes (seres humanos); ibha — elefantes; vājinām — e cavalos; aṅga — dos membros; prasūtāḥ — fluindo; śataśaḥ — às centenas; asṛk — de sangue; āpa-gaḥ — rios; bhuja — braços; ahayaḥ — como as serpentes; pūruṣa — de homens; śīrṣa — cabeças; kacchapāḥ — como as tartarugas; hata — mortos; dvipa — de elefantes; dvīpa — como ilhas; haya — e de cavalos; graha — como crocodilos; ākulāḥ — cheios; kara — mãos; ūru — e coxas; mīnaḥ — como os peixes; nara — humano; keśa — cabelo; śaivalāḥ — como ervas aquáticas; dhanuḥ — de arcos; taraṅga — como as ondas; āyudha — e de armas; gulma — como as moitas de arbustos; saṅkulāḥ — repletos; acchūrikā — rodas de quadrigas; āvarta — como os redemoinhos; bhayānakāḥ — aterrorizantes; mahā-maṇi — pedras preciosas; praveka — excelentes; ābharaṇa — e ornamentos; aśma — como os seixos; śarkarāḥ — e cascalho; pravartitāḥ — emitindo; bhīru — para os tímidos; bhaya-āvahāḥ — aterradores; mṛdhe — no campo de batalha; manasvinām — para os inteligentes; harṣa-karīḥ — inspirando júbilo; parasparam — de um para outro; vinighnatā — que estava derrubando; arīn — Seus inimigos; muṣalena — com Sua arma arado; durmadān — que estavam furiosos; saṅkarṣaṇena — pelo Senhor Balarāma; aparimeya — imensurável; tejasā — cuja potência; balam — força militar; tat — aquela; aṅga — meu querido (rei Parīkṣit); arṇava — como o oceano; durga — insondável; bhairavam — e assustador; duranta — impossível de atravessar; pāram — cujo limite; magadha-indra — pelo rei de Magadha, Jarāsandha; pālitam — supervisionada; kṣayam — à destruição; praṇītam — levada; vasudeva-putrayoḥ — para os filhos de Vasudeva; vikrīḍitam — brincadeira; tat — aquilo; jagat — do universo; īśayoḥ — para os Senhores; param — quando muito.
No campo de batalha, centenas de rios de sangue corriam dos membros dos seres humanos, elefantes e cavalos que haviam sido estraçalhados. Nesses rios, braços pareciam serpentes; cabeças humanas, tartarugas; elefantes mortos, ilhas; e cavalos mortos, crocodilos. Mãos e coxas assemelhavam-se a peixes; cabelo humano, a algas, arcos a ondas, e as muitas armas se pareciam com moitas de arbustos. Os rios de sangue abundavam de tudo isso. Rodas de quadrigas lembravam aterrorizantes redemoinhos, e pedras preciosas e ornamentos pareciam seixos e cascalho nos impetuosos rios sanguinolentos, que despertavam temor nos tímidos, e júbilo nos sábios. Com os golpes de Sua arma arado, o incomensuravelmente poderoso Senhor Balarāma aniquilou a força militar de Magadhendra. E apesar de esta força ser tão imbatível e assustadora quanto um oceano intransponível, a batalha era pouco mais do que uma brincadeira para os dois filhos de Vasudeva, os Senhores do universo.
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