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VERSOS 16-17

bhagavān api govinda
upayeme kurūdvaha
vaidarbhīṁ bhīṣmaka-sutāṁ
śriyo mātrāṁ svayaṁvare

pramathya tarasā rājñaḥ
śālvādīṁś caidya-pakṣa-gān
paśyatāṁ sarva-lokānāṁ
tārkṣya-putraḥ sudhām iva

bhagavān — o Senhor Supremo; api — de fato; govinda — Kṛṣṇa; upayeme — casou-Se; kuru-udvaha — ó herói dentre os Kurus (Parīkṣit); vaidarbhīm — com Rukmiṇī; bhīmaka-sutām — a filha do rei Bhīṣma­ka; śriya — da deusa da fortuna; mātrām — a porção plenária; svayam-­vare — por sua própria escolha; pramathya — subjugando; tarasā — à força; rājña — reis; śālva-ādīn — Śalva e outros; caidya — de Śiśupāla; paka-gān — os partidários; paśyatām — enquanto olhavam; sarva — todas; lokānām — as pessoas; tārkya-putra — o filho de Tārkṣya (Ga­ruḍa); sudhām — o néctar dos céus; iva — como.

Ó herói dentre os Kurus, o próprio Senhor Supremo, Govinda, casou-Se com a filha de Bhīṣmaka, Vaidarbhī, que era uma expansão direta da deusa da fortuna. O Senhor fez isso devido ao desejo dela e, no processo, derrotou Śālva e outros reis que tomaram o partido de Śiśupāla. Em verdade, enquanto todos assistiam, Śrī Kṛṣṇa arrebatou Rukmiṇī assim como Garuḍa ousadamente roubou o néctar dos semideuses.

SIGNIFICADO—Śrīla Jīva Gosvāmī tece os seguintes comentários profundos sobre estes dois versos: As palavras śriyo mātrām indicam que a bela Rukmiṇī é uma expansão direta da eterna deusa da fortuna. Ela, portanto, é digna de ser a noiva da Personalidade de Deus. Como se afirma na Brahma-sahitā (5.67), śriya kāntā kānta parama-purua: “No mundo espiritual, todas as amantes são deusas da fortuna, e o amante é a Suprema Personalidade.” Assim, explica Śrīla Jīva Gosvāmī, Śrīmatī Rukmiṇī-devī é uma porção plenária de Śrīmatī Rādhārāṇī. A seção Kārttika-māhātmya do Padma Purāa declara que kaiśore gopa-kanyās tā yauvane rāja-kanyakā: “Na infância, Śrī Kṛṣṇa Se divertia com as filhas dos vaqueiros e, na adolescência, Ele Se divertia com as filhas dos reis.” De modo semelhante, encontramos esta declaração no Skanda Purāa, rukmiī dvāravatyā tu rādhā vndāvane vane: “Rukmiṇī é em Dvārakā o que Rādhā é na floresta de Vṛndāvana.”

O termo svayavare, neste contexto, significa “por sua própria escolha”. Embora a palavra em geral se refira a uma cerimônia védica formal em que uma jovem da aristocracia escolhe seu marido, aqui ela indica os acontecimentos informais e até sem precedentes que cercam o casamento de Kṛṣṇa com Rukmiṇī. De fato, Śrī Kṛṣṇa e Śrīmatī Rukmiṇī escolheram um ao outro por causa de seu amor transcendental eterno.

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