VERSO 30
kaccid dvija-vara-śreṣṭha
dharmas te vṛddha-sammataḥ
vartate nāti-kṛcchreṇa
santuṣṭa-manasaḥ sadā
kaccit — acaso; dvija — dos brāhmaṇas; vara — de primeira classe; śreṣṭha — ó melhor; dharmaḥ — princípios religiosos; te — teus; vṛddha — por autoridades superiores; sammataḥ — sancionados; vartate — estão prosseguindo; na — não; ati — demais; kṛcchreṇa — com dificuldade; santuṣṭa — plenamente satisfeita; manasaḥ — cuja mente; sadā — sempre.
[O Senhor Supremo disse:] Ó melhor dos brāhmaṇas elevados, tuas práticas religiosas, sancionadas por autoridades superiores, estão sendo executadas sem grande dificuldade? Tua mente está sempre plena de satisfação?
SIGNIFICADO—Traduzimos aqui a palavra dharma como “prática religiosa”, embora isso não transmita o sentido completo da palavra sânscrita. Kṛṣṇa não apareceu em uma sociedade secular. As pessoas nos tempos védicos mal podiam imaginar uma sociedade que não compreendesse a necessidade de obedecer à lei de Deus. Logo, para eles, a palavra dharma transmitia um sentido de dever em geral, princípios superiores, dever prescrito etc. Entendia-se automaticamente que semelhantes deveres situavam-se dentro de um contexto religioso. Mas a religião naqueles dias não era um aspecto ou departamento específico da vida, senão que era uma luz orientadora para todas as atividades. Considerava-se demoníaca a vida irreligiosa, e se via a mão de Deus em tudo.