VERSOS 3-6
tasmin antar-gṛhe bhrājan-
muktā-dāma-vilambinā
virājite vitānena
dīpair maṇi-mayair api
mallikā-dāmabhiḥ puṣpair
dvirepha-kula-nādite
jāla-randhra-praviṣṭaiś ca
gobhiś candramaso ’malaiḥ
pārijāta-vanāmoda-
vāyunodyāna-śālinā
dhūpair aguru-jai rājan
jāla-randhra-vinirgataiḥ
payaḥ-phena-nibhe śubhre
paryaṅke kaśipūttame
upatasthe sukhāsīnaṁ
jagatām īśvaraṁ patim
tasmin — naquela; antaḥ-gṛhe — parte reservada do palácio; bhrājat — brilhantes; muktā — de pérolas; dāma — cordões; vilambinā — no qual pendiam; virājite — resplandecente; vitānena — com um dossel; dīpaiḥ — com lâmpadas; maṇi — de joias; mayaiḥ — feitas; api — também; mallikā — de jasmins; dāmabhiḥ — com guirlandas; puṣpaiḥ — com flores; dvirepha — de abelhas; kula — com um enxame; nādite — ressoando; jāla — da treliça das janelas; randhra — através dos estreitos orifícios; praviṣṭaiḥ — que entravam; ca — e; gobhiḥ — com os raios; candramasaḥ — da Lua; amalaiḥ — imaculados; pārijāta — das árvores pārijātas; vana — do bosque; āmoda — (carregando) o perfume; vāyunā — pelo vento; udyāna — de um jardim; śālinā — trazendo a presença; dhūpaiḥ — com incenso; aguru — do perfume de aguru; jaiḥ — produzidos; rājan — ó rei (Parīkṣit); jāla-randhra — através dos orifícios das treliças; vinirgataiḥ — saindo; payaḥ — do leite; phena — a espuma; nibhe — semelhante; śubhre — brilhando; paryaṅke — no leite; kaśipu — em uma almofada; uttame — excelente; upatasthe — servia; sukha — confortavelmente; āsīnam — sentado; jagatām — de todos os mundos; īśvaram — o controlador supremo; patim — seu marido.
Os aposentos da rainha Rukmiṇī eram belíssimos, ostentando um dossel do qual pendiam brilhantes cordões de pérolas, bem como joias refulgentes que serviam de lâmpadas. Havia guirlandas de jasmim e de outras flores suspensas aqui e ali, atraindo enxames de abelhas zumbidoras, e os imaculados raios da Lua brilhavam através dos orifícios da treliça das janelas. À medida que o incenso de aguru exalava pelas frestas da treliça, meu querido rei, a brisa que soprava o perfume do bosque de pārijātas transportava para dentro do quarto a atmosfera de um jardim. Ali, a rainha servia seu marido, o Senhor Supremo de todos os mundos, enquanto Ele Se reclinava sobre uma opulenta almofada no leito dela, que era tão macio e branco quanto a espuma do leite.
SIGNIFICADO—Segundo Śrīla Śrīdhara Svāmī, o palácio de Rukmiṇī era muito famoso naquela época, e essas descrições proporcionam um vislumbre de sua opulência. Śrīla Viśvanātha Cakravartī acrescenta que a palavra amalaiḥ neste verso também pode ser lida como aruṇaiḥ, o que indicaria que, quando aconteceu este passatempo, a Lua acabara de nascer e estava banhando todo o palácio com seu belo e róseo luar.