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VERSO 25

jvara uvāca
namāmi tvānanta-śaktiṁ pareśam
sarvātmānaṁ kevalaṁ jñapti-mātram
viśvotpatti-sthāna-saṁrodha-hetuṁ
yat tad brahma brahma-liṅgam praśāntam

jvara uvāca — a arma febre (do senhor Śiva) disse; namāmi — prostro-me; tvā — diante de Vós; ananta — ilimitadas; śaktim — cujas potências; para — Supremo; īśam — o Senhor; sarva — de todos; ātmānam — a Alma; kevalam — pura; jñapti — da consciência; mātram — a totalidade; viśva — do universo; utpatti — da criação; sthāna — manutenção; sarodha — e dissolução; hetum — a causa; yat — que; tat — aquela; brahma — Verdade Absoluta; brahma — pelos Vedas; ligam — referência indireta a quem; praśāntam — perfeitamente pacífica.

O Śiva-jvara disse: Prostro-me diante de Vós que tendes potências ilimitadas, o Senhor Supremo, a Superalma de todos os seres. Possuís consciência pura e completa e sois a causa da criação, manutenção e dissolução cósmicas. Perfeitamente pacífico, sois a Verdade Absoluta a quem os Vedas fazem referência indireta.

SIGNIFICADO—Antes, o Śiva-jvara sentia-se ilimitadamente poderoso e, portan­to, tentou queimar Śrī Kṛṣṇa. Mas agora ele mesmo foi queimado e, compreendendo que Śrī Kṛṣṇa é o Senhor Supremo, ele se aproxima com humildade para prostrar-se e oferecer louvor à Verdade Absoluta.

Segundo os ācāryas, a palavra sarvātmānam indica que o Senhor Śrī Kṛṣṇa é a Superalma, que proporciona consciência a todos os seres vivos. Kṛṣṇa confirma isso na Bhagavad-gītā (15.15), matta smtir jñānam apohana ca: “De Mim vêm a lembrança, o conhecimento e o esquecimento.”

Em seu comentário, Śrīla Viśvanātha Cakravartī enfatiza que o Śiva-jvara compreendeu de várias maneiras a supremacia do Senhor Kṛṣṇa sobre seu próprio mestre, o senhor Śiva. Por isso, o Śiva-jvara dirige-se a Kṛṣṇa como ananta-śakti, “possuidor de potência ilimita­da”; pareśa, “o controlador supremo”, e sarvātmā, “a Superalma de todos os seres” – até mesmo do senhor Śiva.

As palavras kevala jñapti-mātram indicam que o Senhor Kṛṣṇa possui onisciência pura. Segundo nosso limitado entendimento, agi­mos neste mundo, mas o Senhor Kṛṣṇa, com Seu entendimento ilimitado, realiza obras infinitas de criação, manutenção e aniquilação. Como assinala Śrīla Jīva Gosvāmī, até mesmo as funções dos ele­mentos grosseiros, tais como o ar, dependem dEle. A Taittirīya Upaniad (2.8.1) confirma isto, bhīāsmād vāta-pavate: “Por medo dEle, o vento sopra.” Logo, o Senhor Śrī Kṛṣṇa é o objeto último de adoração para todos os seres vivos.

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