VERSOS 27-28
deva-deva jagan-nātha
govinda puruṣottama
nārāyaṇa hṛṣīkeśa
puṇya-ślokācyutāvyaya
anujānīhi māṁ kṛṣṇa
yāntaṁ deva-gatiṁ prabho
yatra kvāpi sataś ceto
bhūyān me tvat-padāspadam
deva-deva — ó Senhor dos senhores; jagat — do universo; nātha — ó mestre; go-vinda — ó senhor das vacas; puruṣa-uttama — ó Suprema Personalidade; nārāyaṇa — ó fundamento de todos os seres vivos; hṛṣīkeśa — ó mestre dos sentidos; puṇya-śloka — ó Vós que sois glorificado em poesia transcendental; acyuta — ó infalível; avyaya — ó Vós que não diminuís; anujānīhi — por favor, dai permissão; mām — a mim; kṛṣṇa — ó Kṛṣṇa; yāntam — que estou indo; deva-gatim — para o mundo dos semideuses; prabho — ó mestre; yatra kva api — onde quer que; sataḥ — residindo; cetaḥ — a mente; bhūyāt — possa ser; me — minha; tvat — Vossos; pada — dos pés; āspadam — cujo abrigo.
Ó Devadeva, Jagannātha, Govinda, Puruṣottama, Nārāyaṇa, Hṛṣīkeśa, Puṇyaśloka, Acyuta, Avyaya! Ó Kṛṣṇa, por favor, permiti-me partir para o mundo dos semideuses. Onde quer que eu viva, ó mestre, que minha mente sempre se refugie em Vossos pés.
SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī faz o seguinte comentário sobre este verso: Com sua fé encorajada ao receber a misericórdia do Senhor e, desse modo, alcançando o status de servo, o rei Nṛga glorifica o Senhor de forma correta, cantando Seus nomes, após o que pede permissão ao Senhor para partir. O espírito de sua oração é o seguinte: “Sois Devadeva, Deus até mesmo dos deuses, e Jagannātha, o mestre do universo, então, por favor, sede meu mestre. Ó Govinda, por favor, fazei de mim Vossa propriedade com o mesmo olhar misericordioso que usais para encantar as vacas. Podeis fazer isso porque sois Puruṣottama, a suprema forma da Divindade. Ó Nārāyaṇa, já que sois o fundamento das entidades vivas, por favor, sede meu apoio, mesmo que eu seja uma entidade viva perversa. Ó Hṛṣīkeśa, por favor, fazei de meus sentidos a Vossa propriedade. Ó Puṇyaśloka, agora ficastes famoso como o salvador de Nṛga. Ó Acyuta, por favor, nunca Vos percais para minha mente. Ó Avyaya, jamais diminuireis em minha mente.” Assim, o grande comentador do Bhāgavatam, Śrīla Viśvanātha Cakravartī, explica o significado desses versos.