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VERSO 31

kāmaṁ vihṛtya salilād
uttīrṇāyāsītāmbare
bhūṣaṇāni mahārhāṇi
dadau kāntiḥ śubhāṁ srajam

kāmam — como Lhe aprouve; vihtya — tendo brincado; salilāt — da água; uttīrāya — a Ele que saíra; asita — azuis; ambare — um par de roupas (superior e inferior); bhūaāni — ornamentos; mahā — muito; arhāi — valiosos; dadau — deu; kānti — a deusa Kānti; śubhām — de beleza esplêndida; srajam — um colar.

O Senhor brincou na água a Seu pleno contento, e, quando saiu, a deusa Kānti presenteou-O com roupas azuis, ornamentos preciosos e um colar brilhante.

SIGNIFICADO—Śrīla Śrīdhara Svāmī cita a seguinte passagem do Viṣṇu Purāa para mostrar que a deusa Kānti mencionada neste verso é, em verdade, Lakṣmī, a deusa da fortuna:

varuṇa-prahitā cāsmai
mālām amlāna-paṅkajām
samudrābhe tathā vastre
nīle lakṣmīr ayacchata

“Enviada por Varuṇa, a deusa Lakṣmī, então, presenteou-O com uma guirlanda de flores de lótus que não murcham e com um par de roupas azuis como o oceano.”

O grande comentador do Bhāgavatam, Śrīla Śrīdhara Svāmī, também cita a seguinte afirmação do Śrī Hari-vaśa, dita pela deusa Lakṣmī ao Senhor Balarāma:

jātarūpa-mayaṁ caikaṁ
kuṇḍalaṁ vajra-bhūṣaṇam
ādi-padmaṁ ca padmākhyaṁ
divyaṁ śravaṇa-bhūṣaṇam
devemāṁ pratigṛhṇīṣva
paurāṇīṁ bhūṣaṇa-kriyām

“Ó Senhor, por favor, aceita como ornamentos divinos para Tuas ore­lhas este único brinco de ouro incrustado de diamantes e este lótus primordial chamado Padma. Tem a bondade de aceitá-los, pois este ato de adornar é tradicional.”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī assinala ainda que a deusa Lakṣmī é a consorte de Saṅkarṣaṇa, a expansão plenária do Senhor, que pertence ao segundo vyūha.

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