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VERSO 26

tṛṇāvartaḥ śānta-rayo
vātyā-rūpa-dharo haran
kṛṣṇaṁ nabho-gato gantuṁ
nāśaknod bhūri-bhāra-bhṛt

tṛṇāvartaḥ — o demônio Tṛṇāvarta; śānta-rayaḥ — a força da raja­da tendo sido reduzida; vātyā-rūpa-dharaḥ — que assumira a forma de um violento furacão; haran — e assim arrebatara; kṛṣṇam — Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus; nabhaḥ-gataḥ — subiu bem alto no céu; gantum — de ir adiante; na aśaknot — não foi capaz; bhūri­-bhāra-bhṛt — porque Kṛṣṇa tornou-Se, então, mais poderoso e pesado do que o demônio.

Tendo assumido a forma de um violento furacão, o demônio Tṛṇāvarta levou Kṛṣṇa para bem alto no céu, mas logo que Kṛṣṇa tornou-Se mais pesado do que o demônio, este teve de parar de fazer força e não pôde ir adiante.

SIGNIFICADO—Eis uma competição de poder ióguico entre Kṛṣṇa e Tṛṇāvartāsura. Praticando o yoga místico, os asuras geralmente se aprimoram em al­gum dos oito siddhis, ou perfeições, a saber, aṇimā, laghimā, mahimā, prāpti, prākāmya, īśitva, vaśitva e kāmāvasāyitā. Porém, embora possa adquirir quantidades muito limitadas desses poderes, um de­mônio não consegue competir com o poder místico de Kṛṣṇa, pois Kṛṣṇa é Yogeśvara, a fonte de todo o poder místico (yatra yogeśvaro hariḥ). Ninguém pode competir com Kṛṣṇa. Às vezes, evidentemen­te, tendo adquirido uma porção fragmentária do poder místico de Kṛṣṇa, os asuras demonstram seu poder ao público tolo e alegam ser Deus, desconhecendo que Deus é o Yogeśvara supremo. Aqui também vemos que Tṛṇāvarta assumiu a mahimā-siddhi e arrebatou Kṛṣṇa como se Kṛṣṇa fosse uma criança comum. Mas Kṛṣṇa também tornou-Se um mahimā-siddha místico. Quando mãe Yaśodā O esta­va carregando, Ele Se tornou tão pesado que Sua mãe, que estava acostumada a carregá-lO, não conseguiu segurá-lO e teve de descê-lO, colocando-O no chão. Assim, Tṛṇāvarta pôde tirar Kṛṣṇa de mãe Yaśodā. Porém, quando Kṛṣṇa, bem alto no céu, assumiu o mahimā-siddhi, o demônio, incapaz de ir adiante, foi obrigado a parar de fazer força e teve de descer de acordo com o desejo de Kṛṣṇa. Por­tanto, ninguém deve competir com o poder místico de Kṛṣṇa.

Os devotos automaticamente têm todo o poder místico, mas não gostam de competir com Kṛṣṇa. Em vez disso, eles se rendem com­pletamente a Kṛṣṇa, e seu poder ióguico aflora pela misericórdia de Kṛṣṇa. Os devotos podem demonstrar um yoga místico tão podero­so com a qual um demônio nem mesmo sonharia, mas jamais tentam apresentá-lo para obter o gozo dos seus próprios sentidos. Eles só agem para servir ao Senhor, e, portanto, sua posição sempre é supe­rior à dos demônios. Existem muitos karmīs, yogīs e jñānīs que apa­rentemente estão a competir com Kṛṣṇa, de modo que as pessoas tolas e comuns não se preocupam em ouvir o Śrīmad-Bhāgavatam através das autoridades e consideram que algum yogī farsante é Bha­gavān, a Suprema Personalidade de Deus. No momento atual, exis­tem muitos falsos bābās que se apresentam como encarnações de Deus, mostrando alguma maravilha mística insignificante, e há os tolos que os tratam por Deus, pois lhes falta conhecimento acerca de Kṛṣṇa.

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