VERSO 3
yaṣṭavyam rājasūyena
dik-cakra-jayinā vibho
ato jarā-suta-jaya
ubhayārtho mato mama
yaṣṭavyam — o sacrifício deve ser executado; rājasūyena — com o ritual Rājasūya; dik — das direções; cakra — o círculo completo; jayinā — por alguém que conquistou; vibho — ó onipotente; ataḥ — portanto; jarā-suta — sobre o filho de Jarā; jayaḥ — a vitória; ubhaya — ambos; arthaḥ — tendo os propósitos; mataḥ — opinião; mama — minha.
Só quem venceu todos os oponentes em todas as direções pode realizar o sacrifício Rājasūya, ó onipotente. Portanto, em minha opinião, vencer Jarāsandha servirá às duas finalidades.
SIGNIFICADO—Śrī Uddhava explica nesta passagem que somente quem conquistou todas as direções tem o direito de realizar o sacrifício Rājasūya. Portanto, o Senhor Kṛṣṇa deve aceitar logo o convite para participar do sacrifício, mas depois deve preparar-Se para matar Jarāsandha como um pré-requisito necessário. Desse modo, automaticamente se atenderia o pedido de proteção feito pelos reis. Se o Senhor adotasse, então, um único programa de ação – a saber, providenciar que o sacrifício Rājasūya fosse realizado de maneira correta –, todos os propósitos se cumpririam.
Segundo Śrīla Rūpa Gosvāmī em seu Bhakti-rasāmṛta-sindhu, uma das qualidades do Senhor Kṛṣṇa é catura, “esperto”, o que significa que Ele pode desempenhar várias espécies de atividades ao mesmo tempo. Logo, o Senhor com certeza poderia ter resolvido o dilema de como, ao mesmo tempo, satisfazer o desejo do rei Yudhiṣṭhira de executar o sacrifício Rājasūya e o desejo dos reis aprisionados de se libertarem. Contudo, como queria conferir a Seu querido devoto Uddhava o crédito pela solução, Kṛṣṇa fingiu estar perplexo.