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VERSO 19

kiṁ durmarṣaṁ titikṣūṇāṁ
kim akāryam asādhubhiḥ
kiṁ na deyaṁ vadānyānāṁ
kaḥ paraḥ sama-darśinām

kim — o que; durmarṣam — intolerável; titikṣūṇām — para os pacien­tes; kim — o que; akāryam — impossível de fazer; asādhubhiḥ — para os ímpios; kim — o que; na deyam — impossível de dar; vadānyānām — para os generosos; kaḥ — quem; paraḥ — separado; sama — equânime; darśinām — para aqueles que têm visão.

O que o tolerante não pode tolerar? O que os perver­sos não farão? O que o generoso não dará em caridade? E a quem os homens de visão equânime verão como um estranho?

SIGNIFICADO—No verso anterior, o Senhor Kṛṣṇa e os dois irmãos Pāṇḍavas, Bhīma e Arjuna, solicitaram que Jarāsandha lhes desse qualquer coisa que lhe pedissem. Aqui, eles explicam por que não precisam especificar seu desejo.

Os ācāryas tecem o seguinte comentário sobre este verso: Jarāsandha podia estar pensando: “E se pedirdes o meu filho, de quem seria intolerável eu me separar?”

A essa possível objeção, Kṛṣṇa e os Pāṇḍavas respondem: “Para alguém tolerante, nada é intolerável.”

De igual modo, Jarāsandha podia objetar: “E se pedirdes que eu dê meu corpo ou minhas joias preciosas e outros ornamentos, que devem ser dados a meus filhos, e não a mendigos ordinários?”

A isso, eles respondem: “Para o generoso, o que não deve ser dado em caridade?” Em outras palavras, tudo deve ser dado.

Jarāsandha também poderia contestar que assim talvez estivesse fazendo caridade a seus inimigos. A isso, seus hóspedes retrucam com a frase kaḥ paraḥ sama-darśinām: “Para os homens de visão equâ­nime, quem é um estranho?”

Desse modo, Śrī Kṛṣṇa e os Pāṇḍavas encorajaram Jarāsandha a simplesmente concordar em atender ao pedido deles sem mais discussão.

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