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VERSO 31

evaṁ dhārṣṭyāny uśati kurute mehanādīni vāstau
steyopāyair viracita-kṛtiḥ supratīko yathāste
itthaṁ strībhiḥ sa-bhaya-nayana-śrī-mukhālokinībhir
vyākhyātārthā prahasita-mukhī na hy upālabdhum aicchat

evam — dessa maneira; dhārṣṭyāni — atividades travessas; uśati — em um lugar limpo e asseado; kurute — às vezes faz; mehana-ādīni — defecando e urinando; vāstau — em nossas casas; steya-upāyaiḥ — e inventando diferentes recursos para roubar manteiga e leite; viracita­-kṛtiḥ — é muito hábil; su-pratīkaḥ — agora está sentado aqui como uma ótima criança bem-comportada; yathā āste — enquanto perma­nece aqui; ittham — todos esses tópicos de conversa; strībhiḥ — pelas gopīs; sa-bhaya-nayana — exatamente agora sentado ali com olhos amedrontados; śrī-mukha — esse belo rosto; ālokinībhiḥ — pelas gopīs, que sentem o prazer de ver; vyākhyāta-arthā — e enquanto se queixa­vam dEle para mãe Yaśodā; prahasita-mukhī — elas sorriam e desfruta­vam; na — não; hi — na verdade; upālabdhum — castigar e ameaçar (em vez disso, ela se alegrava de ver como Kṛṣṇa estava sentado ali como um menino muito bom); aicchat — ela desejava.

“Quando Kṛṣṇa é apanhado fazendo Suas travessuras, o dono da casa Lhe diz: ‘Oh! Você é um ladrão’, e aparentemente expressa ira contra Kṛṣṇa. Então, Kṛṣṇa responde: ‘Não sou ladrão. Você é que é ladrão!’ Às vezes, ficando com raiva, Kṛṣṇa urina e defeca em um lugar limpo e asseado de nossas casas. Agora, no entanto, nossa querida amiga Yaśodā, esse ladrão esperto está sentado diante de ti como um menino muito bom.” Às vezes, todas as gopīs olhavam para Kṛṣṇa sentado ali com Seus olhos tão apavorados que Sua mãe não O castigava, e quando viam o belo rosto de Kṛṣṇa, em vez de castigá-lO, elas simplesmente ficavam olhando para o Seu rosto e sentiam bem­-aventurança transcendental. Mãe Yaśodā meigamente sorria diante de toda essa brincadeira e perdia a vontade de castigar seu abençoado filho transcendental.

SIGNIFICADO—A atividade que Kṛṣṇa realizava na vizinhança não era apenas roubar, mas às vezes Ele defecava e urinava em uma casa limpa e asseada. Quando apanhado pelo dono da casa, Kṛṣṇa o censurava dizendo: “És um ladrão.” Como se não Lhe bastasse ser um ladrão em Seus afazeres infantis, Kṛṣṇa agiu como um ladrão muito hábil quando era garoto, atraindo mocinhas e desfrutando com elas na dança da rāsa. Essa é a ocupação de Kṛṣṇa. Ele também é violen­to, como ao matar muitos demônios. Embora as pessoas mundanas gostem da não-violência e de outras dessas qualidades brilhantes, Deus, a Verdade Absoluta, sendo sempre o mesmo, é bom em quaisquer atividades, mesmo nas atividades consideradas imorais, como roubar, matar e praticar violência. Kṛṣṇa é sempre puro, e Ele sempre é a Suprema Verdade Absoluta. Kṛṣṇa pode fazer qualquer atividade que, na vida material, é tida como abominável, mas, mesmo assim, Ele continua sendo atraente. Logo, Seu nome é Kṛṣṇa, que significa “todo-atrativo”. Essa é a plataforma na qual se reciproca serviço e amor transcendentais. Devido aos traços do rosto de Kṛṣṇa, as mães sentiam-se tão atraídas que não tinham coragem de castigá-lO. Em vez de castigá-lO, elas sorriam e preferiam ouvir as atividades de Kṛṣṇa. Assim as gopīs permaneciam satisfeitas, e Kṛṣṇa desfrutava da felicidade delas. Portanto, outro nome de Kṛṣṇa é Gopī-jana-vallabha, visto que Ele arquitetava essas atividades para agradar as gopīs.

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