No edit permissions for Português

VERSOS 29-30

yad-viśrutiḥ śruti-nutedam alaṁ punāti
pādāvanejana-payaś ca vacaś ca śāstram
bhūḥ kāla-bharjita-bhagāpi yad-aṅghri-padma-
sparśottha-śaktir abhivarṣati no ’khilārthān

tad-darśana-sparśanānupatha-prajalpa-
śayyāsanāśana-sayauna-sapiṇḍa-bandhaḥ
yeṣāṁ gṛhe niraya-vartmani vartatāṁ vaḥ
svargāpavarga-viramaḥ svayam āsa viṣṇuḥ

yat — cuja; viśrutiḥ — fama; śruti — pelos Vedas; nutā — vibrada; idam — este (universo); alam — por completo; punāti — purifica; pāda — cujos pés; avanejana — que lava; payaḥ — a água; ca — e; vacaḥ — palavras; ca — e; śāstram — as escrituras reveladas; bhūḥ — a Terra; kāla — pelo tempo; bharjita — assolada; bhagā — cuja boa fortuna; api — mesmo; yat — cujos; aṅghri — dos pés; padma — semelhante a lótus; sparśa — pelo toque; uttha — acordada; śaktiḥ — cuja energia; abhi­varṣati — chove com abundância; naḥ — sobre nós; akhila — todos; arthān — objetos do desejo; tat — dEle; darśana — com a visão; sparśana — o tato; anupatha — andar junto; prajalpa — conversar; śayyā — deitar para descansar; āsana — sentar-se; aśana — comer; sa-yauna — em relacionamentos pelo casamento; sa-piṇḍa — e em relacionamen­tos consanguíneos; bandhaḥ — conexões; yeṣām — em cuja; gṛhe­ — vida familiar; niraya — do inferno; vartmani — sobre o caminho; vartatām — que viajais; vaḥ — vosso; svarga — do (desejo de alcançar o) céu; apavarga — a liberação; viramaḥ — a (causa da) cessação; svayam — em pessoa; āsa — tem estado presente; viṣṇuḥ — o Supremo Senhor Viṣṇu.

Sua fama, como difundida pelos Vedas, a água que banha Seus pés, e as palavras que Ele fala sob a forma das escrituras revela­das – estas coisas purificam por completo este universo. Embora a boa fortuna da Terra tenha sido assolada pelo tempo, o toque de Seus pés de lótus a revitalizou, e, dessa maneira, ela está lan­çando sobre nós a chuva da satisfação de todos os nossos desejos. O mesmo Senhor Viṣṇu que faz alguém esquecer metas tais como o céu e a liberação agora aceitou vínculos de casamento e vínculos consanguíneos convosco, que, sob outros aspectos, viajais no caminho infernal da vida familiar. De fato, nesses relacionamentos, vós O vedes e tocais diretamente, andais a Seu lado, conversais com Ele e, juntamente com Ele, deitais-vos para descansar, sentais-vos à vontade e tomais vossas refeições.

SIGNIFICADO—Todos os mantras védicos glorificam o Senhor Viṣṇu; ācāryas eruditos como Rāmānuja, em seu Vedārtha-saṅgraha, e Madhva, em seu Ṛg-veda-bhāṣya, apoiam esta verdade com elaborada evidência. As palavras que o próprio Viṣṇu fala, como a Bhagavad-gītā, são a essência íntima de todas as escrituras. Em Sua manifestação como Vyāsadeva, o Senhor Supremo compôs tanto os Vedānta-sūtras quanto o Mahābhārata, e este Mahābhārata inclui a declaração pessoal de Śrī Kṛṣṇa, vedaiś ca sarvair aham eva vedyo/ vedānta-kṛd veda-vid eva cāham: “Através de todos os Vedas, é a Mim que se deve co­nhecer. Na verdade, sou o compilador do Vedānta, e sou aquele que conhece os Vedas.” (Bhagavad-gītā 15.15)

Quando o Senhor Viṣṇu apareceu diante de Bali Mahārāja para mendigar três passos de terra, o segundo passo do Senhor perfurou a cobertura do universo. A água do transcendental rio Virajā, que permanecia bem do lado de fora do ovo universal, escorreu assim para dentro, banhando o pé do Senhor Vāmana e fluindo para baixo até tornar-se o rio Ganges. Por causa da santidade de sua origem, o Ganges costuma ser considerado o mais sagrado dos rios. Porém, ainda mais poderosa é a água do Yamunā, onde o Senhor Viṣṇu em Sua forma original de Govinda brincou com Seus companheiros íntimos.

Nestes dois versos, os reis reunidos louvam o mérito especial do clã Yadu do Senhor Kṛṣṇa. Eles não só veem Kṛṣṇa, mas também estão ligados a Ele diretamente por vínculos tanto de casamento quanto de sangue. Śrīla Viśvanātha Cakravartī sugere que a palavra bandha, além de seu sentido mais óbvio de “relação”, também pode significar “captura”, expressando que o amor que os Yadus sentem pelo Senhor obriga-O a ficar sempre com eles.

« Previous Next »