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VERSO 38

etāv adṛṣṭa-pitarau yuvayoḥ sma pitroḥ
samprīṇanābhyudaya-poṣaṇa-pālanāni
prāpyoṣatur bhavati pakṣma ha yadvad akṣṇor
nyastāv akutra ca bhayau na satāṁ paraḥ svaḥ

etau — estes dois; adṛṣṭa — não tendo visto; pitarau — Seus pais; yuvayoḥ — de vós dois; sma — de fato; pitroḥ — os pais; samprīṇana — carinho; abhyudaya — educação; poṣaṇa — nutrição; pālanāni — e proteção; prāpya — recebendo; ūṣatuḥ — residiram; bhavati — minha gentil dama; pakṣma — pálpebras; ha — de fato; yadvat — como se; akṣṇoḥ — dos olhos; nyastau — lugar em custódia; akutra — em parte alguma; ca — e; bhayau — cujo medo; na — não; satām — para pessoas santas; paraḥ — os outros; svaḥ — os seus.

Antes mesmo que estes dois meninos tivessem visto Seus verdadeiros pais, vós agistes como Seus pais e destes-Lhes todo o cuidado afetuoso, treinamento, alimento e proteção. Eles nunca tiveram medo, gentil dama, porque Os protegestes assim como as pálpebras protegem os olhos. De fato, pessoas santas como vós jamais distinguem entre estranhos e sua própria família.

SIGNIFICADO—Como Śrīla Viśvanātha Cakravartī explica, Kṛṣṇa e Balarāma não tinham visto Seus pais por duas razões: por causa de Seu exílio em Vraja e também porque Eles de fato nunca nascem e, portanto, não têm pais.

Śrīla Viśvanātha Cakravartī também descreve o que Devakī pensou antes de dizer este verso: “Ai! Porque por muito tempo estes meus dois filhos tiveram a ti, Yaśodā, como guardiã e mãe, e porque esti­veram mergulhados em tão vasto oceano de extáticos relacionamentos amorosos contigo, agora que estás outra vez diante dEles, Eles estão muito distraídos para sequer me notarem. Além disso, estás te comportando como se estivesses louca e cega de amor por Eles, mostrando milhões de vezes mais afeição maternal do que eu possuo. Assim, apenas ficas olhando para nós, tuas amigas, sem nos reconhe­cer. Portanto, deixa-me trazer-te de volta à realidade a pretexto de algumas palavras afetuosas.”

Então, como Devakī não conseguiu obter resposta de Yaśodā mes­mo depois de falar com ela, Rohiṇī disse: “Minha querida Devakī, é impossível agora despertá-la desse transe extático. Estamos claman­do no deserto, e seus dois filhos não estão menos presos nas cordas da afeição por ela do que ela por Eles. Por isso, vamos sair agora ao encontro de Pṛthā, Draupadī e as outras senhoras.”

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