VERSOS 24-25
yathā śayānaḥ puruṣa
ātmānaṁ guṇa-tattva-dṛk
nāma-mātrendriyābhātaṁ
na veda rahitaṁ param
evaṁ tvā nāma-mātreṣu
viṣayeṣv indriyehayā
māyayā vibhramac-citto
na veda smṛty-upaplavāt
yathā — como; śayānaḥ — dormindo; puruṣaḥ — uma pessoa; ātmānam — a si mesma; guṇa — secundária; tattva — da realidade; dṛk — cuja visão; nāma — com nomes; mātra — e formas; indriya — através de sua mente; ābhātam — manifesto; na veda — não sabe; rahitam — separado; param — bastante; evam — igualmente; tvā — Vós; nāmamātreṣu — tendo nomes e formas; viṣayeṣu — em objetos de percepção material; indriya — dos sentidos; īhayā — pela atividade; māyayā — por causa da influência de Vossa energia ilusória; vibhramat — ficando confusa; cittaḥ — cuja consciência; na veda — não conhece; smṛti — de sua memória; upaplavāt — devido à perturbação.
A pessoa adormecida imagina para si uma realidade alternativa e, vendo-se como se tivesse vários nomes e formas, esquece a identidade que possui durante o estado de vigília, a qual é distinta do sonho. De modo semelhante, os sentidos de alguém cuja consciência está desorientada pela ilusão percebem apenas os nomes e formas dos objetos materiais. Assim, tal pessoa perde a memória e não pode conhecer-Vos.
SIGNIFICADO—Assim como o sonho de uma pessoa é uma realidade secundária criada a partir do estoque de suas memórias e desejos, da mesma forma este universo existe como a criação inferior do Senhor Supremo, de nenhum modo verdadeiramente separado dEle. E assim como a pessoa que desperta do sono experimenta a realidade superior de sua vida acordada, da mesma forma o Senhor Supremo também tem Sua realidade superior distinta, além de tudo o que conhecemos deste mundo. Em Suas próprias palavras:
mayā tatam idaṁ sarvaṁ
jagad avyakta-mūrtinā
mat-sthāni sarva-bhūtāni
na cāhaṁ teṣv avasthitaḥ
na ca mat-sthāni bhūtāni
paśya me yogam aiśvaram
bhūta-bhṛn na ca bhūta-stho
mamātmā bhūta-bhāvanaḥ
“Sob Minha forma imanifesta, Eu penetro este universo inteiro. Todos os seres estão em Mim, mas Eu não estou neles. E mesmo assim, os elementos criados não repousam em Mim. Observa Minha opulência mística! Embora Eu seja o mantenedor de todas as entidades vivas e embora esteja em toda parte, não faço parte desta manifestação cósmica, pois Meu eu é a própria fonte da criação.” (Bhagavad-gītā 9.4-5)