VERSO 6
prāṇādīnāṁ viśva-sṛjāṁ
śaktayo yāḥ parasya tāḥ
pāratantryād vaisādṛṣyād
dvayoś ceṣṭaiva ceṣṭatām
prāṇa — do ar vital; ādīnām — etc.; viśva — do universo; sṛjām — os fatores criativos; śaktayaḥ — potências; yāḥ — que; parasya — pertencentes ao Supremo; tāḥ — elas; pāratantryāt — por serem dependentes; vaisādṛśyāt — por serem diferentes; dvayoḥ — de ambas (manifestações vivas e não-vivas no mundo material); ceṣṭa — a atividade; eva — meramente; ceṣṭatām — daquelas entidades (a saber, prāṇa etc.) que são ativas.
Quaisquer potências que o ar vital e outros elementos da criação universal exibam são todas, em verdade, energias pessoais do Senhor Supremo, pois tanto a vida quanto a matéria são subordinadas a Ele e dependentes dEle, e também diferentes uma da outra. Desse modo, tudo o que é ativo no mundo material é posto em movimento pelo Senhor Supremo.
SIGNIFICADO—O prāṇa é o ar vital, um elemento mais sutil do que o ar ordinário que podemos tocar. E porque o prāṇa é tão sutil – mais refinado do que as manifestações tangíveis da criação –, ele às vezes é considerado a fonte última de tudo. Todavia, até mesmo energias sutis como o prāṇa dependem, para sua capacidade funcional, do sumamente sutil Paramātmā. É essa a ideia que Vasudeva expressa aqui através da palavra pāratantryāt, “por causa da dependência”. Assim como a velocidade de uma flecha provém da força do arqueiro que a atira, de igual modo todas as energias subordinadas dependem do poder do Senhor Supremo.
Além disso, mesmo quando as várias causas sutis receberam sua capacidade de atuação, elas não podem agir em harmonia sem a direção coordenadora da Superalma. Como declara o senhor Brahmā em sua descrição da criação no segundo canto do Śrīmad-Bhāgavatam:
yadaite ’saṅgatā bhāvā
bhūtendriya-mano-guṇāḥ
yadāyatana-nirmāṇe
na śekur brahma-vittama
tadā saṁhatya cānyonyaṁ
bhagavac-chakti-coditāḥ
sad-asattvam upādāya
cobhayaṁ sasṛjur hy adaḥ
“Ó Nārada, ó melhor dos transcendentalistas, as formas do corpo não podem ocorrer enquanto essas partes criadas, a saber, os elementos, os sentidos, a mente e os modos da natureza não estiverem reunidas. Então, quando todas essas partes se juntaram por força da energia da Suprema Personalidade de Deus, este universo na certa passou a existir, aceitando tanto as causas primárias quanto as causas secundárias da criação.” (Śrīmad-Bhāgavatam 2.5.32-33)