VERSO 51
dvāreṇa cakrānupathena tat tamaḥ
paraṁ paraṁ jyotir ananta-pāram
samaśnuvānaṁ prasamīkṣya phālgunaḥ
pratāḍitākṣo pidadhe ’kṣiṇī ubhe
dvāreṇa — pelo caminho; cakra — o disco Sudarśana; anupathena — seguindo; tat — aquela; tamaḥ — escuridão; param — além; param — transcendental; jyotiḥ — luz; ananta — ilimitada; pāram — cuja expansão; samaśnuvānam — onipenetrante; prasamīkṣya — avistando; phālguṇaḥ — Arjuna; pratāḍita — doídos; akṣaḥ — cujos olhos; apidadhe — fechou; akṣiṇī — os olhos; ubhe — ambos.
Seguindo o disco Sudarśana, a quadriga atravessou a escuridão e alcançou a infinita luz espiritual do onipenetrante brahmajyoti. Quando Arjuna avistou essa refulgência deslumbrante, seus olhos arderam, em razão do que ele os fechou.
SIGNIFICADO—Depois de abrir caminho pelas oito coberturas concêntricas do universo, o disco Sudarśana conduziu a quadriga do Senhor Kṛṣṇa para a ilimitada atmosfera autorrefulgente do céu espiritual. Essa viagem do Senhor Kṛṣṇa e Arjuna a Vaikuṇṭha também é narrada no Śrī Hari-vaṁśa, onde o Senhor aparece dizendo a Seu companheiro:
brahma-tejo-mayaṁ divyaṁ
mahat yad dṛṣṭavān asi
ahaṁ sa bharata-śreṣṭha
mat-tejas tat sanātanam
“A divina vastidão da refulgência Brahman que viste não é outra coisa senão Eu mesmo, ó melhor dos Bhāratas. E Minha eterna refulgência.”
prakṛtiḥ sā mama parā
vyaktāvyaktā sanātanī
tāṁ praviśya bhavantīha
muktā yoga-vid-uttamāḥ
“Ela abrange Minha energia espiritual eterna, tanto manifesta quanto imanifesta. Os principais peritos em yoga deste mundo entram nela e atingem a liberação.”
sā sāṅkhyānāṁ gatiḥ pārtha
yogināṁ ca tapasvinām
tat paraṁ paramaṁ brahma
sarvaṁ vibhajate jagat
mamaiva tad ghanaṁ tejo
jñātum arhasi bhārata
“É a meta suprema dos seguidores de sāṅkhya, ó Pārtha, bem como dos yogīs e ascetas. É a Suprema Verdade Absoluta, que manifesta as variedades de todo o cosmos criado. Deves entender, ó Bhārata, que este brahma-jyoti é Minha refulgência pessoal concentrada.”