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VERSOS 1-2

śrī-śuka uvāca
ekadā gṛha-dāsīṣu
yaśodā nanda-gehinī
karmāntara-niyuktāsu
nirmamantha svayaṁ dadhi

yāni yānīha gītāni
tad-bāla-caritāni ca
dadhi-nirmanthane kāle
smarantī tāny agāyata

śrī-śukaḥ uvāca — Śrī Śukadeva Gosvāmī disse; ekadā — certo dia; gṛha-dāsīṣu — quando todas as criadas da casa estavam ocupadas em outras tarefas; yaśodā — mãe Yaśodā; nanda-gehinī — a rainha de Nanda Mahārāja; karma-antara — em outros afazeres domésticos; niyuktāsu — estando ocupadas; nirmamantha — batia; svayam — pessoalmente; dadhi — o iogurte; yāni — tudo isso; yāni — isso; iha — a este respeito; gītāni — canções; tat-bāla-caritāni — nas quais as atividades do seu próprio filho eram apresentadas; ca — e; dadhi-nirmantha­ne — enquanto batia o iogurte; kāle — naquele momento; smarantī — lembrando-se; tāni — de todas elas (sob a forma de canções); agāya­ta — recitava.

Śrī Śukadeva Gosvāmī prosseguiu: Certo dia, quando viu que todas as criadas estavam ocupadas em outras tarefas domésticas, mãe Yaśodā pessoalmente começou a bater o iogurte. Enquanto batia, lembrava-se das atividades infantis de Kṛṣṇa e, ao seu próprio modo, compunha canções e deliciava-se em declamar para si mesma todas aquelas atividades.

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura, citando o Vaiṣṇava-toṣaṇī, de Śrīla Sanātana Gosvāmī, diz que o episódio no qual Kṛṣṇa quebra o pote de iogurte e é amarrado por mãe Yaśodā aconteceu no dia de Dīpāvalī, ou Dīpa-mālikā. Mesmo na Índia de hoje, esse festival costuma ser celebrado com muita pompa no mês de kārtika, com fogos de artifício e luzes, em especial em Bombaim. Deve-se enten­der que, entre todas as vacas de Nanda Mahārāja, muitas das vacas de mãe Yaśodā comiam apenas gramas tão deliciosas que as gramas automaticamente davam sabor ao leite. Mãe Yaśodā queria pegar o leite dessas vacas, transformá-lo em iogurte e pessoalmente batê-­lo até tornar-se manteiga, pois pensava que essa criança Kṛṣṇa ia às casas dos gopas e gopīs vizinhos para roubar manteiga porque não gostava do leite e do iogurte preparados da maneira habitual.

Enquanto batia a manteiga, mãe Yaśodā declamava as atividades infantis de Kṛṣṇa. Antigamente, era costume que, se alguém queria sempre lembrar-se de algo, transformava-o em poemas ou incumbia um poeta profissional para executar essa tarefa. Parece que mãe Yaśodā não queria esquecer-se das atividades de Kṛṣṇa em nenhum instante. Portanto, ela poetizou todas as atividades infantis de Kṛṣṇa, tais como o extermínio de Pūtanā, Aghāsura, Śakaṭāsura e Tṛṇāvarta, e, enquanto batia a manteiga, ela cantava essas atividades em forma de poemas. Isso deve ser adotado pelas pessoas ansio­sas por permanecerem conscientes de Kṛṣṇa vinte e quatro horas por dia. Esse incidente mostra quão consciente de Kṛṣṇa era mãe Yaśodā. Para permanecermos em consciência de Kṛṣṇa, devemos seguir pessoas dessa natureza.

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