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VERSO 24

haṁsa svāgatam āsyatāṁ piba payo brūhy aṅga śaureḥ kathāṁ
dūtaṁ tvāṁ nu vidāma kaccid ajitaḥ svasty āsta uktaṁ purā
kiṁ vā naś cala-sauhṛdaḥ smarati taṁ kasmād bhajāmo vayaṁ
kṣaudrālāpaya kāma-daṁ śriyam ṛte saivaika-niṣṭhā striyām

haṁsa — ó cisne; su-āgatam — bem-vindo; āsyatām — por favor, vem e senta-te; piba — por favor, bebe; payaḥ — leite; brūhi — conta-nos; aṅga — querido; śaureḥ — de Śauri; kathām — notícias; dūtam — mensageiro; tvām — a ti; nu — de fato; vidāma — reconhecemos; kaccit — acaso; ajitaḥ — o invencível; svasti — bem; āste — é; uktam — falado; purā — há muito tempo; kim — acaso; — ou; naḥ — para nós; cala — volúvel; sauhṛdaḥ — cuja amizade; smarati — Ele lembra; tam — a Ele; kasmāt — por que razão; bhajāmaḥ — devemos adorar; vayam — nós; kṣaudra — ó servo daquele que é mesquinho; ālāpaya — dize-Lhe que venha; kāma — desejo; dam — que dá; śriyam — a deusa da fortuna; ṛte — sem; — ela; eva — apenas; eka-niṣṭhā — exclusivamente devotada; striyām — dentre as mulheres.

Bem-vindo, cisne. Por favor, senta-te aqui e bebe um pouco de leite. Dá-nos alguma notícia do descendente de Śūra, querido. Sabemos que és mensageiro dEle. Está passando bem aquele Senhor invencível, e será que aquele nosso amigo volúvel ainda Se lembra das palavras que nos disse muito tempo atrás? Por que devemos ir adorá-lO? Ó servo de um amo mesquinho, vai e dize àquele que satisfaz nossos desejos que venha aqui sem a deusa da for­tuna. Ela é a única e exclusiva mulher devotada a Ele?

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī relata a seguinte conversa entre as rainhas e o cisne:

As rainhas perguntam: “Está passando bem o Senhor invencível?”

O cisne responde: “Como o Senhor Kṛṣṇa pode estar bem sem vós, Suas amadas consortes?”

“Mas Ele ao menos Se lembra do que disse certa vez a uma de nós, Śrīmatī Rukmiṇī? Ele Se lembra que disse: ‘Em todos os Meus palácios, não vejo nenhuma outra esposa tão querida quanto tua pessoa’?”

“Ele Se lembra disso sim, e foi justamente por isso que me mandou aqui. Deveis ir todas ter com Ele e ocupar-vos em Seu ser­viço devocional.”

“Por que deveríamos ir adorá-lO se Ele Se recusa a vir aqui para ficar conosco?”

“Todavia, meus queridos oceanos de compaixão, Ele está sofrendo muito devido à vossa ausência! Como Ele pode ser salvo desse sofrimento?”

“Escuta bem, ó servo de um amo mesquinho: dize-Lhe que venha aqui, de qualquer maneira. Se está sofrendo de desejos luxuriosos, Ele só tem a Si mesmo para culpar, pois Ele próprio é o criador do poder de Cupido. Nós, damas que temos amor-próprio, não vamos ceder à Sua exigência de irmos procurá-lO.”

“Assim seja. Então, vou me despedir.”

“Não, um minuto, caro cisne. Pede-Lhe que venha até aqui, mas sem a deusa da fortuna, que sempre nos engana mantendo-O apenas para ela.”

“Não sabeis que a deusa Lakṣmī é exclusivamente devotada ao Senhor? Como é que Ele poderia abandoná-la assim?”

“E ela é a única mulher no mundo que está completamente entregue a Ele? E quanto a nós?”

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