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VERSO 25

śrī-śuka uvāca
itīdṛśena bhāvena
kṛṣṇe yogeśvareśvare
kriyamāṇena mādhavyo
lebhire paramāṁ gatim

śrī-śukaḥ uvāca — Śukadeva Gosvāmī disse; iti — falando assim; īdṛśena — com tamanho; bhāvena — amor extático; kṛṣṇe — por Kṛṣṇa; yoga-īśvara — dos mestres do yoga; īśvare — o mestre; kriyamāṇena — procedendo; mādhavyaḥ — as esposas do Senhor Mādhava; lebhire­ — alcançaram; paramām — final; gatim — o destino.

Śukadeva Gosvāmī disse: Falando desse modo e agindo com tamanho amor extático pelo Senhor Kṛṣṇa, o mestre de todos os mestres do yoga místico, Suas amorosas esposas alcançaram a meta última da vida.

SIGNIFICADO—Segundo o ācārya Śrī Jīva Gosvāmī, aqui Śukadeva Gosvāmī usa o tempo presente da palavra kriyamāṇena para indicar que as rainhas do Senhor alcançaram Sua morada eterna imediatamente, sem demo­ra. Mediante essa explicação, o ācārya ajuda a refutar a ideia errada segundo a qual, depois que o Senhor Kṛṣṇa partiu deste mundo, alguns vaqueiros primitivos raptaram Suas rainhas enquanto elas estavam sob a proteção de Arjuna. De fato, como os comentadores vaiṣṇavas autorrealizados explicam em outra passagem, o próprio Senhor Kṛṣṇa apareceu disfarçado como os ladrões que sequestraram as rainhas. Para maiores informações sobre esse assunto, consulte o significado dado por Śrīla Prabhupāda para o verso do Śrīmad-Bhāgavatam 1.15.20.

Śrīla Viśvanātha Cakravartī comenta que a meta suprema alcançada por essas enaltecidas mulheres não foi a liberação dos yogīs impersonalistas, mas o estado perfeito de prema-bhakti, devoção amorosa pura. De fato, como já eram plenas de amor por Deus desde o início, elas possuíam corpos transcendentais constituídos de eternidade, co­nhecimento e bem-aventurança, com os quais eram plenamente capa­zes de saborear o prazer de reciprocar com o Senhor Supremo em seus mais íntimos e doces passatempos. Especificamente, na opinião de Śrīla Viśvanātha Cakravartī, o amor delas por Deus amadureceu a ponto de transformar-se no êxtase de loucura em amor puro (bhāvonmada), assim como ocorreu com o amor das gopīs quando Kṛṣṇa desapareceu do meio delas durante a dança da rāsa. Naquela ocasião, as gopīs experimentaram o pleno desenvolvimento da loucura extáti­ca, que exprimiram em suas indagações às várias criaturas da floresta e em palavras tais como kṛṣṇo ’haṁ paśyata gatim: “Sou Kṛṣṇa! Vede bem meu andar gracioso!” (Śrīmad-Bhāgavatam 10.30.19) De modo semelhante, o vilāsa, ou transformação florescente, do amor extático das princi­pais rainhas do Senhor Dvārakādhīśa gerou os sintomas de prema­vaicitrya que elas exibiram aqui.

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