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VERSO 19

vivakṣor mukhato bhūmno
vahnir vāg vyāhṛtaṁ tayoḥ
jale caitasya suciraṁ
nirodhaḥ samajāyata

vivakṣoḥ — quando houve necessidade de falar; mukhataḥ — da boca; bhūmnaḥ — do Supremo; vahniḥ — fogo ou a deidade controladora do fogo; vāk — vibração; vyāhṛtam — palavras; tayoḥ — por ambos; jale — na água; ca — entretanto; etasya — de todos estes; suciram — um tempo extremamente longo; nirodhaḥ — suspensão; samajāyata — continuou.

Quando o Supremo desejou falar, as palavras foram vibradas a partir da boca. Então, a deidade controladora, o Fogo, foi gerado da boca. Contudo, quando Ele estava deitado na água, todas essas funções permaneciam suspensas.

SIGNIFICADO—A peculiaridade do desenvolvimento gradual dos diferentes sentidos recebe apoio simultâneo de suas deidades controladoras. Deve-se compreender, portanto, que as atividades dos órgãos dos sentidos são controladas pela vontade do Supremo. Os sentidos são, por assim dizer, uma concessão às almas condicionadas, que devem usá-los a contento sob o controle da deidade a quem o Senhor Supremo delegou esse controle. Quem viola essas imposições deve receber como punição a degradação a um nível de vida inferior. Consideremos, por exemplo, a língua e sua deidade controladora, Varuṇa. A língua serve para comer, e os homens, animais e aves têm seus gostos específicos por causa de diferentes concessões. O sabor preferido pelo ser humano e o sabor preferido pelo porco não estão no mesmo nível. No entanto, a deidade controladora concede ou aprova um determinado tipo de corpo quando a entidade viva específica desenvolve um paladar baseado nos diferentes modos da natureza. Se o ser humano come indiscriminadamente, tal qual o porco, então a deidade controladora está decerto autorizada a lhe dar um corpo de porco na etapa seguinte. O suíno aceita qualquer espécie de alimento, incluindo fezes, e o ser humano que desenvolveu esse gosto indiscriminado deve estar preparado para levar na próxima vida uma existência degradada. Semelhante vida é também uma graça de Deus, visto que a alma condicionada desejava esse tipo de corpo para saborear perfeitamente uma determinada espécie de alimento. Se um homem recebe um corpo de porco, deve-se considerar isso como uma graça do Senhor, pois o Senhor concede as condições que facilitam a concretização dos desejos. Depois da morte, o corpo seguinte é oferecido por controle superior, e não às cegas. O ser humano, portanto, deve estar atento à espécie de corpo que terá na próxima vida. Uma vida sem responsabilidade e sem discriminação é arriscada, e essa é a declaração de todas as escrituras.

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