VERSO 31
taijasāt tu vikurvāṇād
indriyāṇi daśābhavan
jñāna-śaktiḥ kriyā-śaktir
buddhiḥ prāṇaś ca taijasau
śrotraṁ tvag-ghrāṇa-dṛg-jihvā
vāg-dor-meḍhrāṅghri-pāyavaḥ
taijasāt — pelo egoísmo que está no modo da paixão; tu — mas; vikurvāṇāt — transformação de; indriyāṇi — os sentidos; daśa — dez; abhavan — gerados; jñāna-śaktiḥ — os cinco sentidos com os quais se adquire conhecimento; kriyā-śaktiḥ — os cinco sentidos funcionais; buddhiḥ — inteligência; prāṇaḥ — a energia vital; ca — também; taijasau — todos eles são produtos do modo da paixão; śrotram — o sentido da audição; tvak — o sentido do tato; ghrāṇa — o sentido do olfato; dṛk — o sentido da visão; jihvāḥ — o sentido do paladar; vāk — o sentido da fala; doḥ — o sentido de manuseio; meḍhra — os órgãos genitais; aṅghri — as pernas; pāyavaḥ — o sentido da evacuação.
Através de subsequente transformação do modo da paixão, os órgãos dos sentidos, como o ouvido, a pele, o nariz, os olhos, a língua, a boca, as mãos, os órgãos genitais, as pernas e o orifício para evacuação, juntamente com a inteligência e a energia vital, são todos gerados.
SIGNIFICADO—A condição de vida na existência material depende mais ou menos da nossa inteligência e poderosa energia vital. A inteligência que serve para neutralizar a árdua luta pela existência é auxiliada pelos sentidos com os quais se adquire conhecimento, e a energia vital mantém-se manipulando os órgãos ativos, como as mãos e as pernas. No conjunto, porém, a luta pela existência é um desempenho do modo da paixão. Portanto, todos os órgãos dos sentidos, encabeçados pela inteligência e pela energia vital, prāṇa, são diferentes produtos e subprodutos do segundo modo da natureza, chamado paixão. Esse modo da paixão, entretanto, é um produto do elemento ar, como se descreveu antes.