VERSOS 40-41
tat-kaṭyāṁ cātalaṁ kḷptam
ūrubhyāṁ vitalaṁ vibhoḥ
jānubhyāṁ sutalaṁ śuddhaṁ
jaṅghābhyāṁ tu talātalam
mahātalaṁ tu gulphābhyāṁ
prapadābhyāṁ rasātalam
pātālaṁ pāda-talata
iti lokamayaḥ pumān
tat — em Sua; kaṭyām — cintura; ca — também; atalam — o primeiro sistema planetário abaixo da Terra; kḷptam — situado; ūrubhyām — nas coxas; vitalam — o segundo sistema planetário inferior; vibhoḥ — do senhor; jānubhyām — nos tornozelos; sutalam — o terceiro sistema planetário inferior; śuddham — purificado; jaṅghābhyām — nas juntas; tu — mas; talātalam — o quarto sistema planetário inferior; mahātalam — o quinto sistema planetário inferior; tu — mas; gulphābhyām — situado nas pernas; prapadābhyām — no dorso dos pés; rasātalam — o sexto sistema planetário inferior; pātālam — o sétimo sistema planetário inferior; pāda-talataḥ — nas solas dos pés; iti — assim; loka-mayaḥ — cheio de sistemas planetários; pumān — o Senhor.
Meu querido filho Nārada, presta atenção enquanto te digo que, de um total de quatorze sistemas planetários, sete são inferiores. O primeiro sistema planetário, conhecido como Atala, está situado na cintura; o segundo, Vitala, situa-se nas coxas; o terceiro, Sutala, nos joelhos; o quarto, Talātala, nas pernas; o quinto, Mahātala, nos tornozelos; o sexto, Rasātala, no dorso dos pés; e o sétimo, Pātāla, nas solas dos pés. Assim, a forma virāṭ do Senhor é repleta de todos os sistemas planetários.
SIGNIFICADO—Os empreendedores modernos (os astronautas que viajam no espaço) podem informar-se com o Śrīmad-Bhāgavatam que existem quatorze divisões de sistemas planetários no espaço. O ponto de referência é o sistema planetário terrestre, chamado Bhūrloka. Acima de Bhūrloka está Bhuvarloka, e o sistema planetário mais elevado chama-se Satyaloka. Esses são os sete lokas, ou sistemas planetários superiores. E existem também sete sistemas planetários inferiores, conhecidos como os lokas Atala, Vitala, Sutala, Talātala, Mahātala, Rasātala e Pātāla. Todos esses sistemas planetários espalham-se ao longo do universo, que ocupa uma área de três bilhões e duzentos milhões vezes três bilhões e duzentos milhões de quilômetros quadrados. Em suas viagens, os astronautas modernos só podem afastar-se da Terra alguns quilômetros, de modo que sua tentativa de viajar no céu é algo como a brincadeira de uma criança na praia de um extenso oceano. A Lua está situada na terceira categoria do sistema planetário superior, e, no quinto canto do Śrīmad-Bhāgavatam, seremos capazes de conhecer a situação das distâncias dos vários planetas espalhados pelo vasto céu material. Existem inúmeros universos além daquele em que fomos colocados, e todos esses universos materiais cobrem apenas uma porção insignificante do céu espiritual, que é descrito acima como o Brahmaloka sanātana. O Senhor Supremo muito bondosamente convida os seres humanos inteligentes a voltar ao lar, voltar ao Supremo, no seguinte verso da Bhagavad-gītā (8.16):
ābrahma-bhuvanāl lokāḥ
punar āvartino ’rjuna
mām upetya tu kaunteya
punar janma na vidyate
Começando de Satyaloka, o planeta mais elevado do universo, situado logo abaixo do Brahmaloka eterno, como se descreveu acima, todos os planetas são materiais. E, em qualquer um dos muitos planetas materiais, continua-se sujeito às leis da natureza material, a saber, nascimento, morte, velhice e doença. Mas a pessoa pode libertar-se completamente de todas as dores materiais acima mencionadas quando entra na eterna atmosfera do Brahmaloka sanātana, o reino de Deus. Portanto, a liberação, como é contemplada pelos filósofos especuladores e pelos místicos, só é possível quando a pessoa se torna um devoto do Senhor. Quem não é devoto não pode entrar no reino de Deus. Somente ao desenvolver uma atitude de serviço na posição transcendental pode-se entrar no reino de Deus. Portanto, os filósofos especuladores, bem como os místicos, devem primeiramente sentir-se atraídos ao culto devocional para que possam de fato alcançar a liberação.