VERSOS 13-16
ahaṁ bhavān bhavaś caiva
ta ime munayo ’grajāḥ
surāsura-narā nāgāḥ
khagā mṛga-sarīsṛpāḥ
gandharvāpsaraso yakṣā
rakṣo-bhūta-gaṇoragāḥ
paśavaḥ pitaraḥ siddhā
vidyādhrāś cāraṇā drumāḥ
anye ca vividhā jīvā
jala-sthala-nabhaukasaḥ
graharkṣa-ketavas tārās
taḍitaḥ stanayitnavaḥ
sarvaṁ puruṣa evedaṁ
bhūtaṁ bhavyaṁ bhavac ca yat
tenedam āvṛtaṁ viśvaṁ
vitastim adhitiṣṭhati
aham — eu próprio; bhavān — tu; bhavaḥ — o senhor Śiva; ca — também; eva — decerto; te — eles; ime — todos; munayaḥ — os grande sábios; agra-jāḥ — nascidos antes de ti; sura — os semideuses; asura — os demônios; narāḥ — os seres humanos; nāgāḥ — os habitantes do planeta Nāga; khagāḥ — pássaros; mṛga — animais selvagens; sarīsṛpāḥ — répteis; gandharva-apsarasaḥ, yakṣāḥ, rakṣaḥ-bhūta-gaṇa-uragāḥ, paśavaḥ, pitaraḥ, siddhāḥ, vidyādhrāḥ, cāraṇāḥ — todos habitantes de diferentes planetas; drumāḥ — o reino vegetal; anye — muitas outras; ca — também; vividhāḥ — de diferentes variedades; jīvāḥ — entidades vivas; jala — água; sthala — terra; nabha-okasaḥ — os habitantes do céu, ou os pássaros; graha — os asteroides; ṛkṣa — as estrelas dominantes; ketavaḥ — os cometas; tārāḥ — os luzeiros; taḍitaḥ — o relâmpago; stanayitnavaḥ — o barulho das nuvens; sarvam — tudo; puruṣaḥ — a Personalidade de Deus; eva idam — na certa tudo isso; bhūtam — tudo o que é criado; bhavyam — tudo o que será criado; bhavat — e tudo o que foi criado no passado; ca — também; yat — qualquer coisa; tena idam — é criada por Ele; āvṛtam — coberto; viśvam — compreendendo universalmente; vitastim — vinte e cinco centímetros; adhitiṣṭhati — situado.
Começando de mim [Brahmā] e indo a ti e Bhava [Śiva], todos os grandes sábios que nasceram antes de ti, os semideuses, os demônios, os Nāgas, os seres humanos, os pássaros, os animais selvagens, bem como os répteis etc., e todas as manifestações fenomenais dos universos, a saber, os planetas, as estrelas, os asteroides, os luzeiros, o relâmpago, o trovão e os habitantes dos diferentes sistemas planetários, a saber, os Gandharvas, as Apsarās, os Yakṣas, os Rakṣas, os Bhūtagaṇas, os Uragas, os Paśus, os Pitās, os Siddhas, os Vidyādharas, os Cāraṇas e todas as outras diferentes variedades de entidades vivas, incluindo os pássaros, os animais ferozes, as árvores e tudo o que existe, todos estão cobertos pela forma universal do Senhor em todos os tempos, a saber, passado, presente e futuro, embora Ele seja transcendental a todos eles, existindo eternamente em uma forma que não ultrapassa vinte e cinco centímetros.
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus, através de Sua representação parcial, a Superalma, que não ultrapassa vinte e cinco centímetros de comprimento, expande-Se através de Sua potência energética no aspecto da forma universal, que inclui tudo o que está manifestado em diferentes variedades de materiais orgânicos e inorgânicos. Portanto, as variedades manifestas do universo não são diferentes do Senhor, assim como os adornos de ouro de diferentes aspectos e formas não são diferentes da original reserva de ouro. Em outras palavras, o Senhor é a Pessoa Suprema que controla tudo dentro da criação, mas continua sendo a suprema identidade separada, distinta de toda a criação material manifesta. A Bhagavad-gītā (9.4-5) diz, portanto, que, Ele é Yogeśvara. Tudo repousa na potência do Senhor Śrī Kṛṣṇa, apesar do que o Senhor é diferente de todas essas identidades e transcendental a elas. No Puruṣa-sūkta védico, do mantra Ṛg, isso também é confirmado. Essa verdade filosófica sobre a igualdade e a diferença simultâneas foi proposta pelo Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu, e é conhecida como acintya-bhedābheda-tattva. Brahmā, Nārada e todos os outros são simultaneamente unos com o Senhor e diferentes do Senhor Supremo. Somos todos unos com Ele, assim como os adornos de ouro são unos em qualidade com o estoque de ouro, mas cada adorno de ouro nunca é igual em quantidade ao estoque de ouro. O estoque de ouro nunca se esgota, mesmo que existam inúmeros adornos emanando do estoque, porque o estoque é pūrṇam, completo; mesmo que se subtraia pūrṇam do pūrṇam, ainda assim o supremo pūrṇam permanece o mesmo pūrṇam. Esse fato é inconcebível para os nossos atuais sentidos imperfeitos. O Senhor Caitanya, portanto, definiu Sua teoria filosófica como acintya (inconcebível), e, como se confirma na Bhagavad-gītā, bem como no Bhāgavatam, a teoria do Senhor Caitanya, acintya-bhedābheda-tattva, é a filosofia perfeita sobre a Verdade Absoluta.