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VERSO 37

nāhaṁ na yūyaṁ yad-ṛtāṁ gatiṁ vidur
na vāmadevaḥ kim utāpare surāḥ
tan-māyayā mohita-buddhayas tv idaṁ
vinirmitaṁ cātma-samaṁ vicakṣmahe

na — nem; aham — eu; na — nem; yūyam — todos vós, filhos; yat — cujos; ṛtām — verdadeiros; gatim — movimentos; viduḥ — conhecemos; na — nem; vāmadevaḥ — senhor Śiva; kim — que; uta — mais; apare — outros; surā — semideuses; tat — pela Sua; māyayā — pela energia ilusória; mohita — confusa; buddhayaḥ — com essa inteligência; tu — mas; idam — isto; vinirmitam — que é criado; ca — também; ātma-samam — em virtude da habilidade pessoal de alguém; vicakṣmahe — observamos.

Se nem o senhor Śiva, nem tu, nem eu, podemos determinar os limites da felicidade espiritual, como podem outros semideuses conhecê-la? E porque todos nós estamos confundidos pela energia ilusória externa do Senhor Supremo, é apenas de acordo com nossa habilidade individual que podemos ver este cosmos manifesto.

SIGNIFICADO—Mencionamos muitas vezes os nomes de doze autoridades seletas (dvādaśa-mahājana), cuja lista é encabeçada por Brahmā, Nārada e o senhor Śiva, respectivamente como o primeiro, o segundo e o terceiro mais importantes entre aqueles que conhecem algo sobre o Senhor Supremo. Outros semideuses, semi-semideuses, Gandharvas, Cāraṇas, Vidyādharas, seres humanos ou asuras não podem saber tudo sobre as potências do Senhor Absoluto, Śrī Kṛṣṇa. Os semideuses, semi-semideuses, Gandharvas etc., todos são pessoas altamente inteligentes nos planetas superiores, os seres humanos são habitantes dos planetas intermediários, e os asuras são habitantes dos planetas inferiores. Todos eles têm suas respectivas concepções e avaliações sobre a Verdade Absoluta, exatamente como acontece com o cientista ou o filósofo empírico na sociedade humana. Todas essas entidades vivas são criaturas da natureza material e, consequentemente, estão desorientadas pela maravilhosa manifestação dos três modos da natureza material. Essa perplexidade é mencionada na Bhagavad-gītā (7.13). Tribhir guṇamayair bhāvair ebhiḥ samam idaṁ jagat: toda entidade, começando com Brahmā e indo até a formiga, está individualmente desorientada pelos três modos da natureza material, a saber, bondade, paixão e ignorância. Todos pensam, em termos de capacidade individual, que este universo, que se manifesta diante de nós, é tudo o que existe. E, assim, o cientista na sociedade humana do século vinte calcula, a seu próprio modo, o começo e o fim do universo. Mas o que os cientistas podem saber? Mesmo o próprio Brahmā certa vez ficou confuso, julgando-se o único Brahmā favorecido pelo Senhor, porém, mais tarde, pela graça do Senhor, tomou conhecimento de que também existem inúmeros Brahmās mais poderosos do que ele, em universos muito maiores, situados além deste universo, e tomou conhecimento de que todos esses universos juntos formam ekapād-vibhūti, ou um quarto da manifestação da energia criativa do Senhor. Os outros três quartos de Sua energia se manifestam no mundo espiritual. Assim sendo, o que o frágil cientista, com um cérebro minúsculo, consegue conhecer sobre a Absoluta Personalidade de Deus, o Senhor Kṛṣṇa? Portanto, o Senhor diz que mohita nābhijānāti mām ebhyaḥ param avyayam: desorientados por esses modos da natureza material, eles não podem entender que, além dessas manifestações, está uma Pessoa Suprema, que é o controlador absoluto de tudo. Brahmā, Nārada e o senhor Śiva têm um considerável conhecimento sobre o Senhor, de modo que todos devem seguir as instruções dessas grandes personalidades ao invés de se satisfazerem com um cérebro minúsculo e suas descobertas recreativas, tais como as espaçonaves e outros desses produtos da ciência. Assim como a mãe é a única autoridade para identificar o pai de uma criança, do mesmo modo, a mãe Vedas, apresentada por uma autoridade reconhecida como Brahmā, Nārada ou Śiva, é a única fonte para informar-nos sobre a Verdade Absoluta.

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