VERSO 40
prajāpatir dharma-patir
ekadā niyamān yamān
bhadraṁ prajānām anvicchann
ātiṣṭhat svārtha-kāmyayā
prajā-patiḥ — o antepassado de todas as entidades vivas; dharma-patiḥ — o pai da vida religiosa; ekadā — certa vez; niyamān — regras e regulações; yamān — princípios de controle; bhadram — bem-estar; prajānām — dos seres vivos; anvicchan — desejando; ātiṣṭhat — situado; sva-artha — interesse próprio; kāmyayā — desejando assim.
Certa vez, então, o antepassado de todas as entidades vivas e o pai da religiosidade, o senhor Brahmā, situou-se nos atos dos princípios reguladores, desejando o verdadeiro interesse para o bem-estar de todas as entidades vivas.
SIGNIFICADO—Não pode estar situado numa posição elevada quem não se submeteu a uma vida regulada por regras e regulações. Uma vida irrestritamente entregue ao gozo dos sentidos é vida animal, e o senhor Brahmā, a fim de ensinar todos os que se incluiriam na jurisdição de suas gerações, ensinou esses mesmos princípios segundo os quais o controle dos sentidos é essencial para se executarem deveres mais elevados. Ele desejou o bem-estar de todos como servos de Deus, e qualquer um que deseje o bem-estar dos membros de sua família e gerações deve levar uma vida moral e religiosa. A vida mais elevada de princípios morais é tornar-se devoto do Senhor porque o devoto puro do Senhor tem todas as boas qualidades do Senhor. Por outro lado, quem não é devoto do Senhor, mesmo que tenha muitas qualificações do ponto de vista mundano, não pode apresentar nenhuma qualidade que mereça receber esse nome. Os devotos puros do Senhor, como Brahmā e as pessoas na corrente de sucessão discipular, não instruem seus subordinados sem antes colocarem em prática os seus próprios ensinamentos.