VERSO 44
vidhunvatā vedamayaṁ nijaṁ vapur
janas-tapaḥ-satya-nivāsino vayam
saṭā-śikhoddhūta-śivāmbu-bindubhir
vimṛjyamānā bhṛśam īśa pāvitāḥ
vidhunvatā — ao sacudir; veda-mayam — os Vedas personificados; nijam — próprio; vapuḥ — corpo; janaḥ — o sistema planetário Janaloka; tapaḥ — o sistema planetário Tapoloka; satya — o sistema planetário Satyaloka; nivāsinaḥ — os habitantes; vayam — nós; saṭā — pelos do ombro; śikha-uddhūta — sustentada pela ponta do cabelo; śiva — auspiciosa; ambu — água; bindubhiḥ — pelas partículas; vimṛjyamānāḥ — desse modo, somos molhados por; bhṛśam — altamente; īśa — ó Senhor Supremo; pāvitāḥ — purificados.
Ó Senhor Supremo, sem dúvida nós somos habitantes dos planetas mais piedosos – os lokas Jana, Tapas e Satya –, mas, ainda assim, temos sido purificados pelas gotas de água que pingam dos pelos de Vossos ombros com o sacudir de Vosso corpo.
SIGNIFICADO—Normalmente, o corpo de um javali é considerado impuro, mas ninguém deve considerar que a encarnação de javali assumida pelo Senhor também é impura. Esta forma do Senhor é os Vedas personificados e é transcendental. Os habitantes dos lokas Jana, Tapas e Satya são as pessoas mais piedosas que existem no mundo material, mas, como esses planetas estão situados no mundo material, ali também há muitas impurezas materiais. Portanto, quando as gotas d’água das extremidades dos pelos dos ombros do Senhor borrifaram os corpos dos habitantes dos planetas superiores, eles se sentiram purificados. A água do Ganges é pura por emanar do dedão do pé do Senhor, e não há diferença entre a água que emana do dedão e a que emana das extremidades dos pelos do ombro do Senhor Javali. Ambas são absolutas e transcendentais.