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VERSO 35

yā vā kācit tvam abale
diṣṭyā sandarśanaṁ tava
utsunoṣīkṣamāṇānāṁ
kanduka-krīḍayā manaḥ

— quem quer que; — ou; kācit — qualquer pessoa; tvam — tu; abale — ó bela mocinha; diṣṭyā — por fortuna; sandarśanam — vendo; tava — de ti; utsunoṣi — agitas; īkṣamāānām — dos espectadores; kanduka — com uma bola; krīḍayā — por brincar; manaḥ — a mente.

Quem quer que sejas, ó bela mocinha, nós somos afortunados por sermos capazes de ver-te. Brincando com uma bola, tens agitado a mente de todos os espectadores.

SIGNIFICADO—Os demônios planejam muitos tipos de espetáculos para ver a beleza deslumbrante de uma formosa mulher. Aqui se declara que eles viram a mocinha brincando com uma bola. Às vezes, os homens demoníacos planejam supostos esportes, como o tênis, com o sexo oposto. O propósito de tais esportes é ver a constituição física da bela mocinha e gozar de uma mentalidade sexual sutil. Essa mentalidade sexual demoníaca de gozo material é às vezes encorajada por pretensos yogīs, que entusiasmam o público a gozar de vida sexual de diferentes modos, anunciando, ao mesmo tempo, que se alguém meditar num determinado mantra forjado poderá tornar-se Deus dentro de seis meses. O público quer ser enganado, e por isso Kṛṣṇa cria tais enganadores para deturpar e iludir. Esses ditos yogīs são, na realidade, gozadores do mundo disfarçados de yogīs. A Bhagavad-gītā, contudo, recomenda que, se alguém quiser gozar da vida, não o poderá fazer com os sentidos grosseiros. O médico experiente aconselha ao paciente que se abstenha do desfrute ordinário enquanto estiver doente. Uma pessoa doente não pode desfrutar de nada: ela tem de restringir seu desfrute para livrar-se da doença. De modo semelhante, nossa condição material é uma condição doentia. Quem quiser gozar do verdadeiro desfrute dos sentidos terá que se livrar do enredamento da existência material. Na vida espiritual, podemos desfrutar de gozo dos sentidos ilimitado. A diferença entre o gozo material e o espiritual é que o gozo material tem um limite. Mesmo que um homem se ocupe em gozo sexual material, ele não poderá desfrutá-lo por muito tempo. Todavia, quando se abandona o gozo sexual, pode-se, então, entrar na vida espiritual, que é interminável. No Bhāgavatam (5.5.1), afirma-se que brahma-saukhya, a felicidade espiritual, é ananta, interminável. As criaturas tolas enamoram-se da beleza da matéria e acham que o prazer por ela oferecido é real, mas, na realidade, isso nada tem de prazer real.

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