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VERSO 52

brahman duhitṛbhis tubhyaṁ
vimṛgyāḥ patayaḥ samāḥ
kaścit syān me viśokāya
tvayi pravrajite vanam

brahman — meu querido brāhmaṇa; duhitṛbhiḥ — pelas próprias filhas; tubhyam — para ti; vimṛgyāḥ — serem encontrados; patayaḥ — esposos; samāḥ — adequados; kaścit — alguém; syāt — deve haver; me — meu; viśokāya — para o consolo; tvayi — quando tu; pravrajite — partida; vanam — para a floresta.

Meu querido brāhmaṇa, quanto a tuas filhas, elas encontrarão seus próprios esposos adequados e irão embora para seus respectivos lares. Mas quem me consolará depois que partires como sannyāsī?

SIGNIFICADO—Afirma-se que o próprio pai se torna o filho sob outra forma. Portanto, considera-se que o pai e o filho não são diferentes. A viúva que tem um filho não é realmente viúva, porque ela tem o representante de seu esposo. De modo semelhante, Devahūti está indiretamente pedindo a Kardama Muni que deixe um representante para que, na ausência dele, um filho adequado a alivie de suas ansiedades. Não é de se esperar que o chefe de família permaneça em casa por todos os seus dias. Após casar seus filhos e filhas, o chefe de família pode retirar-se da vida familiar, deixando sua esposa aos cuidados de seus filhos crescidos. Essa é a convenção social do sistema védico. Devahūti está indiretamente pedindo que, após Kardama deixar o lar, haja pelo menos um filho para dar-lhe alívio de suas ansiedades. Esse alívio significa orientação espiritual. Alívio não quer dizer confortos materiais. Os confortos materiais acabarão com o término do corpo, mas a orientação espiritual não: ela continuará com a alma espiritual. É necessário receber instrução sobre o avanço espiritual, mas, sem ter um filho digno, como Devahūti poderia avançar em conhecimento espiritual? O esposo tem o dever de liquidar seu débito com a esposa. A esposa presta serviço sincero ao esposo, que, por sua vez, contrai dívida para com ela, porque uma pessoa não pode aceitar serviço de seu subordinado sem dar-lhe algo em troca. O mestre espiritual não pode aceitar serviço do discípulo sem prover instruções espirituais. Essa é a reciprocidade de amor e deveres. Assim, Devahūti lembra a seu esposo, Kardama Muni, que ela lhe prestou serviço fiel. Mesmo considerando a situação com base na liquidação de sua dívida para com a esposa, ele devia dar-lhe um filho antes de partir. Indiretamente, Devahūti pede ao esposo que fique em casa por mais alguns dias, ou pelo menos até nascer um menino.

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