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VERSO 15

atas tvam ṛṣi-mukhyebhyo
yathā-śīlaṁ yathā-ruci
ātmajāḥ paridehy adya
vistṛṇīhi yaśo bhuvi

ataḥ — portanto; tvam — tu; ṛṣi-mukhyebhyaḥ — ao principal entre os sábios; yathā-śīlam — de acordo com o temperamento; yathā-ruci — de acordo com o gosto; ātma-jāḥ — tuas filhas; paridehi — por favor, dá; adya — hoje; vistṛṇīhi — espalha; yaśaḥ — fama; bhuvi — por todo o universo.

Portanto, por favor, dá hoje tuas filhas ao principal entre os sábios, levando em consideração os temperamentos e gostos das moças, e, desse modo, espalha tua fama por todo o universo.

SIGNIFICADO—Os nove principais ṛṣis, ou sábios, são Marīci, Atri, Aṅgirā, Pulastya, Pulaha, Kratu, Bhṛgu, Vasiṣṭha e Atharvā. Todos esses ṛṣis são muito importantes, e Brahmā desejou que as nove filhas já nascidas de Kardama Muni fossem dadas em casamento a eles. Neste verso, são usadas duas palavras muito significativamente – yathā-śīlam e yathā-ruci. As filhas deviam ser dadas em casamento aos respectivos ṛṣis, não cegamente, mas conforme a combinação de caráter e gosto. Essa é a arte de combinar homem e mulher. Homem e mulher não devem se unir simplesmente com base nas condições de vida sexual. Há muitas outras coisas a serem consideradas, especialmente o caráter e o gosto. Se o gosto e o caráter diferem entre o homem e a mulher, a combinação deles será infeliz. Mesmo quarenta anos atrás, nos casamentos indianos, antes de mais nada comparava-se o gosto e o caráter do rapaz e da moça, após o que eles recebiam permissão para casar-se. Isso era feito sob a orientação dos respectivos pais. Os pais costumavam determinar astrologicamente o caráter e os gostos do rapaz e da moça, e, se havia correspondência, aprovava-se o casamento: “Este rapaz e esta moça são compatíveis e podem casar-se.” Outras considerações eram menos importantes. O mesmo sistema também foi aconselhado no início da criação por Brahmā: “Tuas filhas devem ser dadas em casamento aos ṛṣis de acordo com gosto e caráter.”

Segundo os cálculos astrológicos, uma pessoa é classificada levando em conta se ela pertence à qualidade divina ou à qualidade demoníaca. Dessa maneira era escolhido o esposo. Uma mocinha de qualidade divina deve ser dada em casamento a um rapaz de qualidade divina. Uma mocinha de qualidade demoníaca deve ser dada em casamento a um rapaz de qualidade demoníaca. Eles, então, serão felizes. Mas se a moça é demoníaca e o rapaz é divino, então a combinação é incompatível; eles não podem ser felizes num casamento assim. Atualmente, porque os rapazes e as moças não são casados de acordo com a qualidade e o caráter, a maioria dos casamentos é infeliz, e por isso há o divórcio.

Está predito no décimo segundo canto do Bhāgavatam que, nesta era de Kali, a vida conjugal será aceita levando-se em consideração apenas o sexo; se o rapaz e a moça se sentem atraídos sexualmente, eles se casam, e quando há deficiência no sexo, eles se separam. Isso não é casamento verdadeiro, mas, sim, uma combinação de homens e mulheres como cães e gatos. Portanto, os filhos produzidos na era moderna não são exatamente seres humanos. Os seres humanos têm que ser duas vezes nascidos. Um filho nasce primeiramente de um bom pai e de uma boa mãe e, depois, ele nasce novamente do mestre espiritual e dos Vedas. Os primeiros pai e mãe provocam seu nascimento no mundo; posteriormente, o mestre espiritual e os Vedas tornam-se seu segundo pai e segunda mãe. De acordo com o sistema védico de casamento para procriar filhos, todos os homens e mulheres eram iluminados em conhecimento espiritual, e, no momento em que eles se uniam para procriar um filho, tudo era feito minuciosa e cientificamente.

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