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VERSO 1

śrī-bhagavān uvāca
yogasya lakṣaṇaṁ vakṣye
sabījasya nṛpātmaje
mano yenaiva vidhinā
prasannaṁ yāti sat-patham

śrī-bhagavān uvāca — a Personalidade de Deus disse; yogasya — do sistema de yoga; lakṣaṇam — descrição; vakṣye — explicarei; sabījasya — autorizado; nṛpa-ātma je — ó filha do rei; manaḥ — a mente; yena — pelo qual; eva — certamente; vidhinā — pela prática; prasannam — jubiloso; yāti — alcança; sat-patham — o caminho da Verdade Absoluta.

A Personalidade de Deus disse: Minha querida mãe, ó filha do rei, agora te explicarei o sistema de yoga, cujo objeto é concentrar a mente. Praticando este sistema, é possível tornar-se jubiloso e avançar progressivamente rumo ao caminho da Verdade Absoluta.

SIGNIFICADO—O processo de yoga explicado pelo Senhor Kapiladeva neste capítulo é autorizado e padronizado, de maneira que essas instruções devem ser seguidas com muito cuidado. Para começar, o Senhor diz que, pela prática de yoga, pode-se progredir rumo à compreensão da Verdade Absoluta, a Suprema Personalidade de Deus. No capítulo anterior, afirma-se claramente que o resultado desejado do yoga não é alcançar alguns poderes místicos maravilhosos. Não devemos nos deixar atrair de modo algum por tais poderes místicos, senão que devemos obter realização progressiva no caminho da compreensão da Suprema Personalidade de Deus. Confirma-se isso também na Bhagavad-gītā, que afirma no último verso do sexto capítulo que o maior yogī é aquele que pensa constantemente em Kṛṣṇa dentro de si mesmo, ou aquele que é consciente de Kṛṣṇa.

Afirma-se nesta passagem que, seguindo o sistema de yoga, é possível tornar-se jubiloso. O Senhor Kapila, a Personalidade de Deus, que é a autoridade máxima em yoga, explica aqui o sistema de yoga conhecido como aṣṭāṅga-yoga, que compreende oito práticas diferentes, a saber, yama, niyama, āsana, prāṇāyāma, pratyāhāra, dhāraṇā, dhyāna e samādhi. Através de todas essas fases de prática, deve-se compreender o Senhor Viṣṇu, que é o alvo de todo yoga. Existem pretensas práticas de yoga nas quais se concentra a mente no vazio ou no impessoal, mas isso não é aprovado pelo sistema autorizado de yoga, conforme explica Kapiladeva. Até mesmo Patañjali explica que a meta de todo yoga é Viṣṇu. Portanto, o aṣṭāṅga-yoga faz parte da prática vaiṣṇava porque sua meta última é a compreensão de Viṣṇu. A obtenção de sucesso no yoga não é a aquisição de poderes místicos, a qual é condenada no capítulo anterior, mas, antes, é libertar-se de todas as designações materiais e situar-se na própria posição constitucional. É essa a aquisição final na prática de yoga.

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