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VERSO 33

tasmān mayy arpitāśeṣa-
kriyārthātmā nirantaraḥ
mayy arpitātmanaḥ puṁso
mayi sannyasta-karmaṇaḥ
na paśyāmi paraṁ bhūtam
akartuḥ sama-darśanāt

tasmāt — do que aquele; mayi — a Mim; arpita — oferecidas; aśeṣa — todas; kriyā — ações; artha — riqueza; ātmā — vida, alma; nirantaraḥ — sem parar; mayi — a Mim; arpita — oferecida; ātmanaḥ — cuja mente; puṁsaḥ — do que uma pessoa; mayi — a Mim; sannyasta — dedicadas; karmaṇaḥ — cujas atividades; na — não; paśyāmi — Eu vejo; param — superior; bhūtam — entidade viva; akartuḥ — sem sentido de propriedade; sama — mesma; darśanāt — cuja visão.

Portanto, Eu não encontro uma pessoa superior àquela que não tem outro interesse senão o Meu e que por isso ocupa e dedica todas as suas atividades e toda a sua vida – tudo – a Mim, sem cessar.

SIGNIFICADO––Neste verso, a expressão sama-darśanāt significa que já não se tem mais nenhum interesse em separado; o interesse do devoto e o interesse da Suprema Personalidade de Deus são idênticos. Por exemplo, o Senhor Caitanya, representando o papel de um devoto, também pregou a mesma filosofia. Ele pregou que Kṛṣṇa é o Senhor adorável, a Suprema Personalidade de Deus, e que o interesse de Seus devotos puros é o mesmo que o Seu próprio interesse.

Às vezes, os filósofos māyāvādīs, devido a um pobre fundo de conhecimento, definem a expressão sama-darśanāt como significando que o devoto deve ver-se como uno com a Suprema Personalidade de Deus. Isso é tolice. Quando alguém se julga uno com a Suprema Personalidade de Deus, servi-lO está fora de cogitação. Quando há serviço, é preciso haver um amo. Três coisas precisam estar presentes para que haja serviço: o amo, o servo e o serviço. Nesta passagem, afirma-se claramente que aquele que tem dedicado sua vida, todas as suas atividades, sua mente e sua alma – tudo – à satisfação do Senhor Supremo é considerado a pessoa mais grandiosa.

A palavra akartuḥ significa “sem nenhum sentido de propriedade”. Todos querem agir como proprietários de suas ações para que possam desfrutar do resultado. O devoto, porém, não tem tal desejo; ele age porque a Personalidade de Deus quer que ele aja de determinada maneira. Ele não tem motivação pessoal. Quando o Senhor Caitanya pregava a consciência de Kṛṣṇa, Ele não o fazia com o objetivo de as pessoas O chamarem de Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus; ao contrário, Ele pregava que Kṛṣṇa é a Suprema Personalidade de Deus e deve ser adorado como tal. O devoto que é um servo muito confidencial do Senhor nunca faz nada para seu benefício pessoal, senão que faz tudo para a satisfação do Senhor Supremo. Afirma-se claramente, portanto, que mayi sannyasta-karmaṇaḥ: o devoto trabalha, mas trabalha para o Supremo. Também se afirma que mayy arpitātmanaḥ: “Ele Me entrega sua mente.” São essas as qualificações do devoto, que, segundo este verso, é aceito como o mais elevado de todos os seres humanos.

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