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VERSO 8

ākṣiptātmendriyaḥ strīṇām
asatīnāṁ ca māyayā
raho racitayālāpaiḥ
śiśūnāṁ kala-bhāṣiṇām

ākṣipta — enfeitiçado; ātma — coração; indriyaḥ — seus sentidos; strīṇām — das mulheres; asatīnām — falsa; ca — e; māyayā — por māyā; rahaḥ — em lugar solitário; racitayā — exibidos; ālāpaiḥ — pela conversa; śiśūnām — dos filhos; kala-bhāṣiṇām — com palavras doces.

Ele dá o coração e os sentidos a uma mulher, que falsamente o enfeitiça com māyā. Ele desfruta de abraços solitários e conversas com ela, e fica encantado com as doces palavras de seus filhinhos.

SIGNIFICADO—Vida familiar dentro do reino da energia ilusória, māyā, é assim como uma prisão para a entidade viva eterna. Na prisão, o prisioneiro é algemado por correntes e barras de ferro. Analogamente, a alma condicionada é algemada pela encantadora beleza de uma mulher, por seus abraços solitários, por conversas de suposto amor e pelas doces palavras de seus filhinhos. Assim, ela se esquece de sua verdadeira identidade.

Neste verso, as palavras strīṇām asatīnām indicam que o amor de uma mulher serve apenas para agitar a mente do homem. Na verdade, não existe amor no mundo material. Tanto a mulher quanto o homem estão interessados no gozo de seus sentidos. Em troca de gozo dos sentidos, uma mulher cria um amor ilusório, e o homem fica encantado com esse amor falso, esquecendo-se de seu verdadeiro dever. Quando o resultado de tal combinação manifesta-se na forma de filhos, a próxima atração é pelas palavras doces das crianças. O amor da mulher no lar e a conversa dos filhos transformam o homem em um forte prisioneiro, de modo que ele não consegue deixar seu lar. Em linguagem védica, uma pessoa assim é chamada de gṛhamedhī, que significa “aquele cujo centro de atração é o lar”. Gṛhastha se refere àquele que vive com a família, esposa e filhos, mas cujo verdadeiro objetivo na vida é desenvolver a consciência de Kṛṣṇa. Portanto, somos aconselhados a tornarmo-nos gṛhasthas, e não gṛhamedhīs. O interesse do gṛhastha é sair da vida familiar criada pela ilusão e entrar na verdadeira vida familiar com Kṛṣṇa, ao passo que o interesse do gṛhamedhī é acorrentar-se repetidamente à dita vida familiar, vida após vida, e permanecer perpetuamente na escuridão de māyā.

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