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VERSO 10

kapila uvāca
mārgeṇānena mātas te
susevyenoditena me
āsthitena parāṁ kāṣṭhām
acirād avarotsyasi

kapilaḥ uvāca — o Senhor Kapila disse; mārgeṇa — pelo caminho; anena — este; mātaḥ — Minha querida mãe; te — para ti; su-sevyena — muito fácil de executar; uditena — ensinado; me — por Mim; āsthitena — sendo executado; parām — suprema; kāṣṭhām — meta; acirāt — dentro em breve; avarotsyasi — alcançarás.

A Personalidade de Deus disse: Minha querida mãe, o caminho da autorrealização que Eu acabo de ensinar-te é muito fácil. Poderás executar este sistema sem dificuldade, e, seguindo-o, dentro em breve tu te libertarás, mesmo dentro de teu corpo atual.

SIGNIFICADO—O serviço devocional é tão perfeito que, simplesmente seguindo as regras e regulações e executando-as sob a orientação do mestre espiritual, libertamo-nos, como se diz aqui, das garras de māyā, mesmo neste corpo. Em outros processos ióguicos, ou na especulação filosófica empírica, nunca temos certeza se estamos ou não na fase perfectiva. Porém, no cumprimento do serviço devocional, se tivermos fé inabalável na instrução do mestre espiritual fidedigno e seguirmos as regras e regulações, certamente nos libertaremos, mesmo dentro deste corpo atual. No Bhakti-rasāmṛta-sindhu, Śrīla Rūpa Gosvāmī também confirma isso. Īhā yasya harer dāsye: sem considerar onde esteja situada, qualquer pessoa cujo único objetivo seja de servir ao Senhor Supremo sob a orientação do mestre espiritual chama-se jīvan-mukta, ou seja, aquele que é liberado mesmo com seu corpo material. Algumas vezes, surgem dúvidas na mente de neófitos sobre se o mestre espiritual é ou não é liberado, e às vezes os neófitos ficam duvidosos quanto aos afazeres corpóreos do mestre espiritual. No nível da liberação, contudo, não se veem os sintomas corpóreos do mestre espiritual. É preciso ver os sintomas espirituais do mestre espiritual. Jīvan-mukta quer dizer que, mesmo que alguém esteja no corpo material (ainda há algumas necessidades, já que o corpo é material), deve-se entender que ele é liberado por ele estar plenamente situado no serviço ao Senhor.

A liberação implica em estarmos situados em nossa própria posição. Esta é a definição dada no Śrīmad-Bhāgavatam: muktir svarūpeṇa vyavasthitiḥ. O svarūpa, ou verdadeira identidade da entidade viva, é descrito pelo Senhor Caitanya. Jīvera ‘svarūpa’ haya kṛṣṇera ‘nitya-dāsa’: a verdadeira identidade da entidade viva é que ela é eternamente serva do Senhor Supremo. Se alguém está cem por cento ocupado a serviço do Senhor, deve ser tido como liberado. Devemos procurar entender se somos ou não somos liberados por meio de nossas atividades em serviço devocional, e não por outros sintomas.

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